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Há dez anos, a Academia Americana de Pediatria sugeriu que a exposição de crianças menores de dois anos à televisão podia ter efeitos negativos no seu desenvolvimento, sendo o mais aconselhável reduzir o número de horas de consumo. Na altura, a sugestão da APP tinha tanto de ciência como de senso comum; os estudos acerca do desenvolvimento infantil e do consumo mediático estavam ainda a começar.
Uma década depois, algum amadurecimento nos estudos da APP permitiu-lhe chegar a um veredicto: os bebés verem televisão, vídeos ou qualquer outra forma passiva de consumo mediático “não é bom, e provavelmente negativo”.
Os media “potenciam efeitos negativos em crianças menores de dois anos, e não são conhecidos efeitos positivos” dessa exposição, segundo a conclusão do relatório da APP publicado, esta terça feira, no Encontro Anual da Academia, em Boston – EUA.
Desde que a APP fez a suas primeiras recomendações, em 1999, os ecrãs de entretenimento passivo – tv, leitores de dvd e computadores – têm estado cada vez mais omnipresentes e, em média, crianças com 12 meses de idade veem 1 a 2 horas por dia nos vários formatos. A faixa etária dos 0 aos 2 anos tem sido alvo de programação comercializada como educacional, muitas vezes usada pelos pais que estão convencidos dos seus benefícios.
Os estudos efetuados revelaram que as crianças até aos dois anos não percebem o que está a passar nos ecrãs, veem antes uma caixa luminosa e hipnotizante.
À medida que os ecrãs foram sendo desenvolvidos também foi a investigação. “Foram realizados cerca de 50 estudos desde 1999”, declarou Ari Brown, uma dos Pediatras autores do relatório.
Utilizar a televisão para ajudar a dormir pode também provocar irregularidades e perturbações durante o sono. Embora os seus efeitos noturnos não tenham sido ainda provados, é certo que uma noite mal dormida pode provocar problemas de disposição, comportamento e aprendizagem. Três estudos, desde 1999 determinaram uma ligação entre o aumento de horas de consumo mediático infantil (0-2 anos) e um desenvolvimento retardado. Ainda não se sabe, porém, se tal será uma causa ou um efeito.
Mesmo quando a televisão está ligada para dar ambiente, as crianças desta idade são atraídas pelo som e pela imagem, distraindo-se assim de brincar – uma das atividades mais importantes para um desenvolvimento profundo. A recomendação de Brown aos pais para os momentos mais ocupados do dia é simples: deixar os pequenos brincar sozinhos, permitindo-lhes desenvolver uma forma de entretenimento autónomo. ” É tempo valioso. Eles estão a resolver problemas, a usar a imaginação, a pensar criativamente, e a entreter-se”.
O efeito das aplicações do Ipad nas crianças é ainda desconhecido. Brown não critica a utilização dos programas educacionais do Ipad, mas procurará perceber e divulgar os efeitos dos mesmos no desenvolvimento das crianças.