A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou esta terça-feira que, desde Agosto do ano passado, registaram-se casos de narcolepsia em 12 países em crianças e adolescentes que tinham sido vacinados contra a gripe A, mais especificamente com a vacina Pandemrix.
A narcolepsia é um distúrbio que se caracteriza por acessos súbitos e irresistíveis de sono profundo, que podem acontecer a qualquer momento, em qualquer situação.
A investigação da OMS segue-se à divulgação, na semana passada, pelo Instituto Nacional de Saúde e Bem-estar finlandês, de um estudo que indicava que a Pandemrix, do laboratório britânico GlaxoSmithKline, multiplicava o risco de narcolepsia infantil. O estudo revelava que, entre 2009 e 2010, foram diagnosticados 60 casos entre crianças e adolescentes finlandeses, com idades entre os 4 e os 19 anos. Deste total, quase 90% tinham sido vacinados com a Pandemrix.
Segundo dados da GlaxoSmithKline, citados pelo El Pais, foram administradas já mais de 31 milhões de doses da vacina em 47 países, tendo sido notificados 162 casos de narcolepsia até Janeiro deste ano, dos quais 70% tiveram lugar na Finlândia e na Suécia.
Na sequência do estudo, as autoridades finlandesas retiraram esta vacina do lote das aconselhadas para a gripe A, ao contrário da OMS, que anunciou também esta terça-feira que a Pandemrix continua na lista das vacinas a serem administradas contra o H1N1.
Em Portugal a Direção Geral de Saúde também mantém a recomendação de vacinação: “Uma vez que a associação entre a vacina Pandemrix e a narcolepsia não está provada e que o benefício de vacinação é superior ao risco de adquirir narcolepsia, a DGS mantém as Orientações de vacinação para a época gripal 2010/2011”, refere, em ccomunicado publicado no seu site.