Autarquias
O município de Ourém prevê gastar cerca de 700 mil euros em obras relacionadas com a vinda de Bento XVI.
Cirurgias
Em Portugal, faz-se uma média de 1302 cirurgias por dia. Se as tolerâncias de ponto paralisarem os serviços durante os três dias de visita papal, ficarão por fazer 3906 operações. Além do prejuízo para o doente, que terá de esperar mais para resolver o seu problema de saúde, a paragem implica custos estatais adicionais. Serão enviados doentes para o sector privado com cheques-cirurgia e será preciso pagar horas extraordinárias para recuperar as intervenções em atraso, ao mesmo tempo que se mantêm os custos fixos de funcionamento dos hospitais.
Missa em Lisboa
Cerca de 200 mil euros é o custo estimado pela Comissão Organizadora da visita papal para a celebração da missa no Terreiro do Paço, em Lisboa. No entanto, a mesma comissão apressou-se a explicar que este gasto deverá ser reembolsado na totalidade graças aos donativos de particulares, empresas e às verbas reunidas no peditório realizado durante a missa.
Publicidade
Os 2 000 mupies, 200 outdoors de grandes dimensões e mil pendões publicitários que invadiram a região da Grande Lisboa desde o dia 5 de Maio, alusivos à vinda do Papa, terão custado cerca de 109 mil euros. A campanha foi produzida pela empresa Multilem, responsável também pela montagem do altar para a missa no Terreiro do Paço, Lisboa, a pedido da Comissão Organizadora de Lisboa da Visita do Papa.
Tolerância de ponto
Os custos de uma tolerância de ponto são difíceis de calcular, uma vez que à redução da produtividade (por se perder um dia de trabalho) se deve juntar sempre o ganho para o comércio e turismo (quando as pessoas não trabalham têm tendência para consumir mais). No entanto, Luís Bento, professor de Recursos Humanos na Universidade Autónoma de Lisboa, estima que um dia de paragem custe ao País 72 milhões de euros. Os feriados e as pontes de 2010 (22, no total) representam 1% do Produto Interno Bruto (o que corresponde a 1,60 mil milhões de euros), nas contas deste antigo consultor do Banco Mundial. Assim se chega aos 72 milhões de euros por um dia, ou aos 36 milhões por uma tarde ou uma manhã. Há que ter em atenção que esta tolerância de ponto foi concedida apenas à função pública, ou seja, a 12,5% da população activa. Mas seria errado calcular o seu custo apenas no que diz respeito à administração pública. “Acontece que as tolerâncias de ponto da função pública são replicadas pelo sector privado quase automaticamente, sendo muito difícil isolar os efeitos”, explica Luis Bento.
Segurança
Ainda não é possível apurar os custos da mobilização de 8000 agentes da PSP, da utilização do helicóptero da Força Aérea para transporte do Papa, dos aviões caça que o acompanharam, entre outros elementos.
Transportes
Em Lisboa, a Carris suspendeu duas carreiras durante o dia 11 de Maio e alterou outras 22. No entanto, a empresa refere que grande parte dos 283 mil passageiros que costumam utilizar os autocarros anulados, têm passes e títulos de transporte previamente comprados, o que significa que as receitas que a Carris possa vir a perder serão muito reduzidas. A grande procura dos transportes públicos da cidade deverá igualmente compensar quaisquer prejuízos.
Uma posição semelhante à do Metropolitano de Lisboa que, apesar de ter encerrado o troço entre a Baixa-Chiado e Santa Apolónia, espera um aumento do número de passageiros no dia 11 de Maio, uma vez que é o único operador de transporte público que serve o Terreiro do Paço. Os barcos da Transtejo, mantiveram a sua operação habitual, tendo sido apenas forçados a alterar as rotas do Terreiro do Paço para o Cais do Sodré.
No Porto, o cenário repete-se já que, no caso do Metro por exemplo, o fecho da estação dos Aliados, deverá ser recompensado pela maior afluência de passageiros no dia 14 para o centro da cidade. Para esse dia, está previsto o reforço das operações de forma a permitir transportar mais 40 mil pessoas por hora.
Voos comerciais
O facto de haver zonas de exclusão aérea durante a visita do Papa não obriga ao cancelamento de voos, segundo a NAV. Logo, não há custos acrescidos. Porque há sempre corredores abertos para os aviões aterrarem/descolarem. Mesmo os aviões mais pequenos, que voam a altitudes mais baixas, mantiveram a sua operação habitual. No Aeródromo de Tires, por exemplo, a única excepção ocorreu na terça-feira e durante breves minutos, quando os caças F-16 sobrevoaram os céus da região.