Herman José, Francisco Louçã e Nuno Gomes são algumas das 39 figuras públicas que a partir de, desta segunda-feira, dão a cara contra a discriminação dos seropositivos numa campanha promovida por duas associações ligadas ao apoio a estes doentes.
Como reagiria se uma figura pública que reconhece e admira pelo seu trabalho, pelo seu talento ou pelo seu carisma fosse seropositiva? É este o desafio proposto pela SER+ (Associação Portuguesa para a Prevenção e Desafio à Sida) e do GAT (Grupo Português de Ativistas sobre Tratamentos de VIH/Sida).
A campanha pretende alertar para a discriminação em relação a uma doença que já infetou cerca de 35 mil pessoas em Portugal.
Campanha contra a discriminação
Para isso, as duas associações convidaram figuras públicas de várias áreas, que responderam na primeira pessoa à pergunta “Se eu fosse seropositivo?”.
É assim que a partir de hoje os portugueses poderão ver na televisão, em cartazes e nas caixas Multibanco e ouvir nas rádios várias frases de figuras públicas, como a do humorista Herman José, que questiona: “Se eu fosse seropositivo, faria humor comigo?”.
Francisco Louçã, líder do Bloco de Esquerda, interroga “Se eu fosse seropositivo, será que me ouvia?”, enquanto Jerónimo de Sousa, do PCP, questiona “Se eu fosse seropositivo, votaria em mim?” e Paulo Portas, do CDS-PP, diz “Se eu fosse seropositivo, mudaria a sua opinião sobre mim como político?”.
Já o futebolista Nuno Gomes pergunta “Se eu fosse seropositivo, jogaria num grande clube?” e Laborinho Lúcio interroga: “Se eu fosse seropositivo, teriam confiado em mim como juiz?”.
Convite a Sócrates
Ao todo, “participam no projeto 39 pessoas, todas figuras públicas”, disse à agência Lusa Andreia Ferreira, coordenadora da Associação SER+, revelando que foram ainda convidados autarcas de todo o país (18), mas apenas os de Cascais, Leiria, Santarém, Guarda e Évora aceitaram participar.
Foi ainda lançado o repto ao primeiro ministro e a alguns ministros. “Uns recusaram e outros não responderam”, disse Andreia Ferreira, acrescentando que o maior desafio foi convencer os políticos a participar.
A campanha pretende também lançar um Centro Anti-Discriminação, que terá uma linha telefónica (707 240 240), através da qual uma equipa de juristas prestará apoio a todas as pessoas que se sintam vítimas de discriminação por serem seropositivas.