A venda já inclui um projecto para a sua transformação em hotel rural, que aponta para 25 quartos, mais três suites.
O imóvel, localizado a três quilómetros da sede do concelho, está classificado de interesse municipal, pelo que a câmara tem preferência na sua aquisição, mas o autarca local, José Emílio Moreira, adiantou que não vai exercer esse direito, face aos “altos valores” envolvidos.
“Além do milhão de euros para a compra, seriam necessários mais dois milhões para as obras de remodelação, valores incomportáveis para os cofres municipais”, sustentou o presidente da Câmara de Monção.
Há cerca de uma década, a câmara chegou a oferecer 250 mil euros pelo mosteiro, para aí instalar um centro de dia e um serviço de apoio domiciliário para idosos, mas o negócio não se consumou.
O imóvel acabou por ser vendido ao actual proprietário, um emigrante em França, que entretanto já o pôs à venda por um milhão de euros, acompanhado de um projecto para a sua reconversão em hotel rural.
Zona paradisíaca
“A zona é paradisíaca, tem uma vista fantástica para o rio Minho, um hotel rural encaixava ali perfeitamente”, admitiu Emílio Moreira.
A área de construção de 1.853 metros quadrados, repartidos por rés-do-chão e primeiro andar. No exterior, cercam-no cerca de 7.300 metros quadrados de espaço verde, completamente murado e onde corre ainda um ribeiro.
As paredes exteriores do convento, todas em pedra granítica, estão “completamente limpas”, o mesmo acontecendo com o interior do mosteiro.
O mosteiro tem mesmo ao lado a Igreja Paroquial de Longos Vales, cuja capela-mor é monumento nacional, integrando os dois edifícios o roteiro “Românico da Ribeira Minho”, elaborado pela antiga Região de Turismo do Alto Minho.
Mandado construir em 1140 pelo primeiro rei de Portugal, o convento recebeu Carta de Couto em 1197, concedida por D. Sancho I. Em 1551, por Bula do Papa Júlio III, foi doado aos jesuítas. Em 1774, por “Régia e Beneficente Doação”, passou para as mãos da Universidade de Coimbra.
No primeiro quartel do século XIX, o rei D. João IV doou-o a um médico de Monção, como recompensa por o ter tratado de uma doença que o afligia, e a partir daí continuou sempre em mãos privadas, sendo actualmente pertença de um emigrante na França que casou com uma mulher de Longos Vales.
Em 2008, um outro antigo convento – dos Capuchos – erigido em meados de 1500 no centro de Monção, reabriu transformado em hotel rural, com 24 quartos, num investimento de três milhões de euros.