O galerista, Cai Mingchao, fez saber em conferência de imprensa que não pagará os 28 milhões de euros licitados na venda pública.
O leilão, realizado pela leiloeira Christie´s, decorreu na passada quarta-feira em Paris, mas só hoje é que o comprador se deu a conhecer.
Cai Mingchao, responsável por uma galeria privada em Xiamen, revelou em Pequim ter sido o autor da licitação “em representação do povo chinês”, sem confirmar, porém, se licitou em nome do Fundo Nacional de Tesouros, organização não-governamental encarregada de recuperar obras espoliadas do património chinês.
Na mesma conferência de imprensa, o subdirector do Fundo, Niu Xianfeng, disse que decidiu intervir no leilão quando a licitação das duas esculturas tinha ultrapassado os nove milhões de euros.
Niu Xianfeng reconheceu que esta manobra foi arriscada, mas estava-se perante uma “situação extraordinária”.
As duas esculturas de bronze, uma cabeça de rato e uma cabeça de coelho, da colecção Yves Saint Laurent e Pierre Bergé, foram roubadas durante o saque franco-britânico do Palácio de Verão em Pequim, em 1860.
Na semana passada, quando ainda não se sabia o nome do comprador, o governo chinês anunciou “medidas de represália” pela venda das duas esculturas de bronze.
A leiloeira Christie’s garantiu que respeitou “todas as leis internacionais e locais” e que, no caso das duas peças da colecção, “os direitos de propriedade legal foram claramente confirmados”.