Foi nos idos de 2015 que alguns dos assessores novatos de António Costa aprenderam como ele funciona, enquanto assistiam às reuniões entre o novo primeiro-ministro (PM) e o seu ministro das Finanças, Mário Centeno. O relato é de um antigo colaborador em São Bento: “Se o PM quer aplicar uma ideia que esteja no programa do Governo, ou que saia da coordenação política do gabinete, tenta sustentá-la tecnicamente. Expõe-na aos responsáveis pela área, discute-a com eles e espera que ela se torne exequível. É como um arquiteto: face ao esboço de uma ‘casa’, espera-se que os engenheiros garantam que não caia.”
À primeira vista, a metáfora parece vaga. Mas quando se discute a reposição de pensões ou a reversão das 40 para as 35 horas semanais na Função Pública – e no Serviço Nacional de Saúde (SNS) –, as opções tornam-se mais concretas. E era disso que se tratava: Mário Centeno tinha de adaptar e acelerar o estudo dos “12 magníficos”, que ele próprio coordenara e que servira de base ao programa eleitoral do PS. Analisava, estudava e regateava. Com que ritmo vamos repor rendimentos? Quanto temos de contratar, em horas extraordinárias ou pessoal, para compensar o regresso às 35 horas? Como acomodar isso no Orçamento? Até que ponto as cativações podem ser suportáveis? “Neste processo”, diz outro colaborador, “o PM espera contar com uma equipa que esteja de acordo, nos princípios”. Ou seja, Mário Centeno tinha de ter sensibilidade social e uma atitude proativa no corte com a austeridade – ou não estaria naquele lugar, por muito competente que fosse. Tal método seria impossível com alguém que estivesse de pé atrás. Um Vítor Gaspar, por exemplo.
108 Deputados – Elegeu o PS em 2019, ao obter uma percentagem de 36,34% dos votos
30 de dezembro – Sondagem do ISCTE e ICS para o Expresso/SIC:
79 Deputados – Elegeu o PSD, correspondendo a 27,76% dos votos
25 de janeiro – Sondagem da Aximage para o DN/JN/TSF: