Uma semana depois do início do ano letivo, há mais de 100 mil alunos que ainda não têm os professores todos, estima a Federação Nacional dos Professores (FENPROF). O ministério da Educação fala “numa questão complexa” e identifica que o défice de docentes se distribui entre as regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve. “Nós temos sempre em setembro, infelizmente, um aumento de baixas”, disse o secretário de Estado Adjunto e da Educação, João Costa, em entrevista ao Irrevogável, acrescentando à lista de justificações para a ausência de professores as eleições Autárquicas.
“Estamos em plena campanha eleitoral, em que há muitos professores que não estão com as suas turmas, porque estiveram, nestas duas semanas, em campanha”, apontou o governante, ressalvando que “isso não será a maioria”.
A tutela tem “tomado uma série de medidas de curto prazo” para resolver esta situação, ainda segundo o secretário de Estado Adjunto, que envolvem a contratação direta pelas escolas, autorização de horas extraordinárias e ampliação das disciplinas que os professores podem lecionar (de acordo com a sua área de formação). Medidas estas que não resolvem o problema estrutural de falta de profissionais e, quanto a isto, João Costa diz que “há questões que devem ser pensadas com calma”.
Recuperar o tempo perdido
Sobre as aprendizagens que ficaram por fazer devido à pandemia, o secretário de Estado Adjunto e da Educação revelou que serão apresentadas, na próxima semana, as conclusões dos testes de diagnóstico (provas de aferição), realizados entre o final do ano passado e o início deste. Adiantando que “há quebras nos desempenhos dos alunos em praticamente todas as dimensões”, mas é com a matemática, dos alunos mais novos, que incidem as principais preocupações.
Fica ainda “provado que, quando o professor esteve presente, as aprendizagens foram melhores. O que é uma mensagem de reforço sobre a importância das aulas presenciais”.
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