A deputada não inscrita Cristina Rodrigues lamentou, esta quarta-feira, que o Parlamento tenha optado por afunilar os direitos de intervenção dos parlamentares que decidam autonomizar-se das suas bancadas, num momento em que a própria e Joacine Katar Moreira tomaram tal decisão.
Segundo a ex-deputada do PAN, que saiu da bancada liderada por Inês Sousa Real no início do verão de 2020, a passagem a não inscrita deu-se quando “estava a ocorrer uma alteração do regulamento da Assembleia da República”. “Antes os deputados não inscritos tinham maior poder intervenção. Podíamos intervir um minuto em todas as iniciativas e audições em comissões na primeira ronda. E todas essas possibilidades foram retiradas”, disse, no Irrevogável, no habitual espaço de entrevistas da VISÃO.
“Acho que houve aqui uma tentativa de silenciamento das deputadas não inscritas. E o receio de alguns partidos de que mais deputados viessem a optar por essa possibilidade e uma forma de despromover ideias que outros deputados pudessem ter”, defendeu.
A poucas horas de se conhecer o plano de desconfinamento do País, Cristina Rodrigues apela à objetividade na comunicação das medidas.
“Precisamos de uma estratégia clara, objetiva e simples para que as pessoas percebam porque são precisas as restrições”, apontou, admitindo que no passado as autoridades possam ter mostrado “falta de eficácia na comunicação às pessoas”. “As pessoas ficaram confusas a um ponto de não compreender o que podiam ou não podiam fazer”. “Portanto, a estratégia, independentemente de qual seja, tem de ser muito clara e objetiva”, argumentou, admitindo que “é vantajoso para todos” caso “os especialistas considerem que é seguro as crianças voltarem e estarem em regime presencial”. Ainda que “só a possibilidade de uma quarta vaga [já] é muito desmotivante”.
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