O Presidente da República deixou claro esta terça-feira à noite, durante o debate com todos os candidatos à Presidência na RTP, que as eleições não iam ser adiadas, lembrando – como já o fez anteriormente – que ouviu todos os partidos e candidatos a este respeito antes de marcar o calendário eleitoral e que nenhum se opôs. No entanto, o deputado único e líder da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, – convidado desta semana do Irrevogável – garante que nunca falou com Marcelo Rebelo de Sousa sobre a possibilidade de adiamento das Presidenciais, no ano passado.
“Eu não gosto de revelar conversas que tenha tido em Belém com o senhor Presidente da República, mas, neste caso, vejo-me forçado a dizer que connosco esse tema não foi abordado com essa clareza: nunca falámos de calendários de eleições”, disse João Cotrim Figueiredo.
Esta terça-feira, Marcelo reafirmou que ouviu todos os partidos antes de marcar as eleições e que “nenhum deles, por causa do estado de emergência, por causa da unanimidade necessária para encurtar prazos, por causa da situação vivida, nenhum admitiu tomar a iniciativa ou vir a eventualmente formar uma maioria de revisão constitucional.”. “E, portanto, percebendo as razões que já ouvi hoje e ouvi ao longo das últimas semanas apresentar sobre esta matéria, cheguei à conclusão de que não há condições para a Assembleia da República – que é quem, e só ela, pode rever a Constituição – avançar para uma revisão que permitisse o adiamento”.
O deputado da Iniciativa Liberal indicou ainda que, a existir essa conversa, teria dito ” que a democracia não está suspensa e que um ato eleitoral como o para a Presidência da República se pode manter, evidentemente com algumas mudanças que já foram devidamente acauteladas e outras que não foram devidamente acauteladas”.
No Irrevogável, Cotrim Figueiredo falou ainda sobre o estado de emergência – que voltou a rejeitar na votação desta quarta-feira de manhã no Parlamento -, apelidando de “cheque em branco ao Governo”. Embora ressalvando: “Há uma diferença grande entre estar contra o estado de emergência e estar contra as medidas de confinamento”.
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