António Costa queria um acordo “sólido e estavel” à esquerda com um horizonte “para a legislatura”. Catarina Martins prefere “concentrar esforços a pensar o que deve ser este Orçamento do Estado para 2021” e, quanto ao resto, logo se verá. “O pior que poderíamos ter era perder tempo a falar de projetos gerais que não tivessem concretizações efetivas para defender a vida das pessoas”, defende a coordenadora do Bloco de Esquerda, em entrevista ao programa “Irrevogável”, da VISÃO. Impera a cautela nas relações com o PS.
Geringonça 2.0? “Não sei o que é”, responde a líder bloquista. Existe “toda a margem para negociar” e o Bloco de Esquerda garante que não faltará à chamada. Se, e apenas se, o primeiro-ministro quiser governar “à esquerda”. Caso contrário, nada feito. E Costa terá de procurar outro parceiro para garantir a estabilidade política de que precisa para concluir a legislatura.
Quanto a isso, Catarina Martins afasta pressões e até avança com um dos pontos fundamentais na área da Saúde que, a não estarem concretizado até outubro, inviabilizam todo e qualquer diálogo com vista a um acordo com o PS. O Orçamento do Estado para 2020 previa a contratação de 8400 novos médicos nos dois anos seguintes.
Depois veio a pandemia. E, agora, o Bloco atualiza esse objetivo – são precisas mais contratações – e faz depender dele a continuação do diálogo com o Governo. “Essas contratações têm de se tornar definitivas antes de negociarmos próximo o OE”, que tem de ser entregue até outubro na Assembleia da República. “Se não, as negociações não são para valer”, avisa Catarina Martins.
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