Avistava-se, à distância, a chama de greves e manifestações que hoje incendeia o País. Já na noite de 30 de janeiro de 2022, com a maioria absoluta no bolso do PS nas eleições legislativas – muito à custa dos votos conquistados às forças políticas da esquerda (CDU e Bloco de Esquerda) –, fechada a porta, em definitivo, à reabilitação da Geringonça, se abria caminho para o regresso da luta nas ruas, promovida por sindicatos e movimentos sociais apontados como “braços armados” de PCP e BE.
Os primeiros sinais de um cenário de conflito social e político surgiram ainda no ano passado, período em que foram comunicados 1 087 pré-avisos de greve ao Ministério do Trabalho, o que significa um aumento de 25% em relação a 2021, e o valor mais alto desde 2013. Entre janeiro e dezembro de 2022, deram entrada mais 215 pré-avisos de greve no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social do que no ano anterior, quando foram entregues 872, segundo os dados divulgados pela Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT).
