É um regresso aos velhos tempos; mais concretamente à altura pré-pandémica, de acordo com os números ainda provisórios da contestação laboral. Mas, até ao início de 2023, Portugal pode voltar a um cenário de paralisações que ande perto daquele que se registou no final do governo de Pedro Passos Coelho, já com a Troika fora do País. A uma semana da votação final global da proposta do Orçamento do Estado para o próximo ano, a verdade é que as reivindicações sindicais sobem de tom, a reboque da crise inflacionária, com a Função Pública a desafiar para um braço de ferro o executivo PS já esta sexta-feira, com uma greve geral.
Os protestos são transversais a vários setores, como provam os pré-avisos de greve dos trabalhadores na Volkswagen Autoeuropa, a maior exportadora nacional, os conflitos nas empresas públicas de transportes, nas áreas metropolitanas, ou a paralisação já agendada, para dentro de duas semanas, nas empresas de calçado – uma das fileiras industriais mais importantes.
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Pré-avisos de greve
O número relativo ao segundo trimestre deste ano, reportado pelos sindicatos à Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), é o maior desde o início de 2019.