Se Américo Santos anda perturbado com aquilo que Pedro Nuno Santos apelidou de “violência” sobre a família e os outros sócios da sociedade em que o ministro detém, tal como a irmã, uma quota “simbólica” de 0,5%, o empresário da Tecmacal disfarça bem. Mas disfarçar não bate certo com o seu perfil.
Segunda, 24. Ao volante do potente Maserati Quattroporte azul, que em tempos emprestou ao filho e originou críticas a propósito da alegada ostentação do património do clã, Américo Santos, 71 anos, cruza a “fronteira” entre o concelho natal de São João da Madeira e Santa Maria da Feira. Dirigente da APICCAPS, associação dos industriais de calçado e outros empresários do setor, vem há uns minutos a perorar sobre as lutas internas que, por vezes, quase isolado, trava em defesa dos ordenados dos trabalhadores das fábricas junto dos pares. “O salário mínimo é um instrumento muito importante para dignificar o trabalho e as pessoas, é uma alavanca para o País”, afirma. “Dizer o contrário é uma falácia. Não são esses aumentos que criam problemas às empresas.”