Quem o vê agora na pacatez da sua propriedade no Clube de Tiro de Monfortinho, na Beira Baixa, não imagina o quão agitada foi a sua vida, primeiro como radialista, depois como jornalista e, sobretudo, como fundador, em 1986, da maior empresa de comunicação em Portugal, a LPM, que vendeu em 2015. A seguir, reformou-se. Aceitou largar a sua vida tranquila para ser consultor da campanha de António Costa, nestas eleições legislativas. Uma vitória, aos 68 anos, com um sabor especial para um homem que se assume de esquerda.
Por que razão um homem que estava reformado, na sua calma vida em Monfortinho, aceitou regressar para apoiar António Costa na campanha política?
Não me tinha passado pela cabeça, mas convidaram-me. Já tinha trabalhado com António Costa na Câmara Municipal de Lisboa e nas primeiras legislativas, e tenho uma espécie de lealdade para com as pessoas com quem trabalhei ao longo da vida. Fui camarada de redação da mãe dele, Maria Antónia Palla, conheci o pai, quando ele era copy criativo, e fiquei um pouco incomodado, a posteriori, com o que se passou em Lisboa, porque achei, mais por razões profissionais do que políticas, que o PS não fez o que devia ter feito para ganhar as eleições. E achei que podia ajudar a resolver esse problema.