O secretário-geral do PS acusou hoje o PSD de pretender promover uma rutura no Estado Social, através da abertura ao privado na Segurança Social, em que se deixa ao “jogo do mercado” o futuro das pensões.
Estas posições foram transmitidas por António Costa no discurso com que encerrou o comício do PS no auditório do CNEMA (Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas), em Santarém, depois de uma intervenção proferida pela cabeça de lista socialista neste círculo eleitoral, a ministra Alexandra Leitão.
O líder socialista considerou que as próximas eleições legislativas de 30 de janeiro vão ser “decisivas”, porque “estará em jogo o futuro do país nos próximos quatro anos”.
Para o secretário-geral do PS estão em causa dois modelos distintos em matérias como a evolução do salário mínimo nacional, o aumento dos salários médios, ou em áreas como as políticas fiscal e, sobretudo, da Segurança Social e do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Antes de atacar o PSD, António Costa referiu que o sistema público de Segurança Social, a escola pública e o SNS revelaram-se fundamentais na luta contra a pandemia de covid-19 ao longo dos dois últimos anos.
“A Segurança Social foi fundamental para pagar o subsídio de desemprego para quem teve a infelicidade de cair no desemprego, mas também para pagar o ‘lay-off’ a 100% daquelas empresas que tiveram de encerrar e cujos postos de trabalho foram mantidos porque a Segurança Social pagou por inteiro os salários dos trabalhadores”, apontou.
Segundo António Costa, depois de o país ter “infelizmente vivido a experiência em concreto sobre a importância de se possuir um Estado Social robusto, aquilo que a direita hoje vem propor é uma rutura de fundo com este nosso modelo social”.
“Começa logo na Segurança Social, assumindo que querem um sistema misto — um sistema em que parte das nossas contribuições continua no Estado e a outra parte é colocada no mercado. Não brinquemos com coisas muito sérias: Todos nós vimos o que aconteceu a milhões de famílias nos Estados Unidos na crise financeira de 2008, quando perderam todas as suas poupanças que estavam confiadas ao jogo do mercado”, declarou.
“Não, nós não queremos brincar com as pensões dos portugueses”, reforçou o secretário-geral do PS.
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