Foi uma razia: dos nomes propostos pelo PSD/Lisboa, em lugares elegíveis para candidatos a deputados a 30 de janeiro, Rui Rio só aceitou um e mesmo assim atirou-o para 16º. lugar. No elenco que o núcleo duro do líder social-democrata levou para o Conselho Nacional, em Évora, na noite desta terça-feira, as ausências mais notadas são as de Carlos Silva e Sandra Pereira, dois apoiantes de Paulo Rangel a quem o destacado trabalho que tiveram ao longo dos anos no Parlamento não salvou.
Na lista a que a VISÃO teve acesso, ao início da noite desta terça-feira, dos 22 nomes propostos pelas estruturas locais do PSD em Lisboa como candidatos pelo circulo eleitoral da capital à Assembleia da República a direção de Rui Rio aceitou apenas o de Rodrigo Gonçalves – que chegou a fazer parte dos apoiantes do presidente do partido no passado.
Destaca-se ainda a entrada direta para um lugar elegível Tiago Sá, responsável da direção de Rio pelas Relações Internacionais, e ainda a fechar a lista o nome de Nuno Miguel Henriques, que chegou a apresentar-se na corrida à presidência do partido mas que desistiu no dia em que terminava o prazo para a entrega da candidatura.
A VISÃO apurou que, se inicialmente o líder do PSD teria assegurado aos dirigentes locais da capital, após as eleições internas, que aceitaria nomes críticos à sua presidência, a verdade é que tal não se verificou e as reações são de choque. “Massacre de Évora” é como os dirigentes do PSD/Lisboa estão a olhar para o que lhes foi apresentado na reunião do Conselho Nacional.
Saliente-se que, em 2019, o PSD elegeu 12 deputados no círculo de Lisboa.
“Iremos fazer o que sempre fizemos: sermos leais ao partido. Obviamente que o presidente da distrital de Lisboa [Ângelo Pereira] vai explicar que esta é a lista de Rui Rio, porque é um ato que o responsabilizará. Não sairemos do partido, nem das nossas posições. Mas Rui Rio tratou com desprezo pessoal e desconsideração política um homem {Ângelo Pereira] que deu tudo de si pelo sucesso do partido nas últimas eleições autárquicas em Lisboa. E que tem sobre os ombros um peso enorme de garantir que Lisboa contribui para a vitória de um líder que faz gala de detestar a distrital. É esse o nosso trabalho: sermos os burros de carga de Rui Rio”, disse, à VISÃO, um dos dirigentes do PSD/Lisboa.
No lugares 13º vai um dirigente local que sob proposta do PSD/Lisboa ia como suplente. Assim como no 19º. Mas, por terem sido apoiantes de Rio, Alexandre Simões e Américo Vitorino entram para lugares que se seguem aos de alguns nomes incontornáveis.
Tal como tinha sido conhecido esta terça-feira, o deputado e médico Ricardo Batista Leite encabeça a lista por Lisboa, o círculo eleitoral que mais deputados elege a nível nacional. Seguem-se depois o secretário-geral do PSD, José Silvano; a vice-presidente do partido, Isabel Meireles, e logo depois aquele que é conhecido como o “Centeno do PSD”, o economista Joaquim Miranda Sarmento. Veja a lista que se segue.
Lista de candidatos por Lisboa imposta por Rio
1 – Ricardo Baptista Leite
2 – José Silvano
3 – Isabel Meireles
4 – Joaquim Miranda Sarmento
5 – Duarte Pacheco
6 – Lina Lopes
7 – Tiago Sá
8 – Pedro Roque
9 – Joana Barata Lopes
10 – Alexandre Poço
11 – António Proa
12 – Maria Emília Apolinário
13 – Alexandre Simões
14 – João Dias Coelho
15 – Christine Oliveira
16 – Rodrigo Gonçalves
17 – Pedro Castanheira Lopes
18 – Xana Campos
19 – Américo Vitorino
20 – Hugo Roque
21 – Filipa Guimarães
22 – Nuno Miguel Henriques