Recolheu mais 18 assinaturas do que as necessárias para ser candidato formal à liderança do PSD – eram exigidas 1500 -, mas à última hora, no dia em que termina o prazo para entrar na corrida onde já estão Rui Rio e Paulo Rangel, Nuno Miguel Henriques desistiu de se aventurar em tal campeonato.
O ex-candidato autárquico social-democrata em Alenquer anunciou, esta segunda-feira, que foi sensível aos apelos das outras duas candidaturas, para que não atrasasse o processo de escolha de líder com a necessidade de uma eventual segunda volta, e ainda teve a garantia de que algumas das suas propostas poderão vir a ser incluídas na moção estratégica que vier a ser apresentada pelo futuro presidente do partido no congresso.
Com esta desistência, Nuno Miguel Henriques acumula duas decisões iguais, já que em 2011 também acabou por abandonar a corrida, quando o partido era liderado por Pedro Passos Coelho. Na altura, acusou a direção de lhe omitir informação essencial à sua candidatura.
Nuno Miguel Henriques revelou que reuniu “com as outras candidaturas a primeiro-ministro”, tendo então decidido ficar pelo caminho depois ter sido sensível aos argumentos de Rio e Rangel. “Foi-nos feito esse apelo [para sair da corrida], e que integravam o nosso pensamento em ambas as candidaturas”, disse.
“À última hora, apesar de termos tudo [assinaturas e moção], a bem do partido, entendeu-se que não era de continuarmos o nosso trabalho e não irmos a sufrágio. Não estou aqui para dar apoio a uma candidatura ou a outra. [Simplesmente] Entendeu-se não ir a sufrágio”, salientou, admitindo acreditar que uma “terceira via alternativa mais convencional do que existe dentro do PSD”, que achava protagonizar, poderia ter atingido cerca de 7% nas internas do partido.
“O objetivo desta candidatura nunca foi ser candidato a primeiro-ministro”, explicou. Ainda assim, recusa dizer qual dos outros dois candidatos apoia, se o atual presidente, Rui Rio – de quem diz ter “mais perfil de economia” -, se o eurodeputado Paulo Rangel, que sabe “comunicar melhor”.
Em 2011, Nuno Miguel Henriques, especialista em protocolo e com ligações a atividades culturais, tinha anunciado a sua candidatura a líder do PSD; não por estar contra o então presidente Passos Coelho, mas porque defendia que o então chefe do Governo deveria estar dedicado por inteiro à gestão do País e deixar o partido a ser liderado por outra pessoa.