André Coelho Lima – deputado e vice-presidente do PSD – é um dos principais apoiantes da candidatura de Rui Rio às eleições internas do próximo dia 27. Em entrevista à VISÃO, fala sobre os cenários pós-eleitorais e da disputa interna entre o atual líder e Paulo Rangel.
Alertou, no início deste mês, na reunião extraordinária do Conselho Nacional do PSD, para sinais de que António Costa e o PS queriam uma crise política para se livrarem dos parceiros à esquerda. Como ouviu as declarações de Rui Rio, em entrevista à Antena 1, quando este se mostra disponível para negociar um acordo parlamentar com o PS?
Rui Rio sempre foi manifestamente contra a existência de blocos centrais. Isso é nefasto para a democracia. Mas é igualmente ou mais nefasto para a democracia que haja incomunicabilidade entre PS e PSD. Seria sobrelevar a tática política em detrimento dos ganhos objetivos. É fundamental que na Educação, na Segurança Social, na Saúde, ou seja, nas áreas onde é necessária força para se fazerem reformas estruturais, o maior partido da oposição tenha disponibilidade para entendimentos. O que é irresponsável – sem querer atacar outros candidatos [às internas do PSD] – é dizer que não comunicamos com ninguém, numa altura em que temos no Parlamento uma multiplicidade de partidos. É evidente que estes partidos defendem ideologias e propostas diferentes daquelas em que se revê o PSD, mas também há pontos de entendimento e nós temos o dever de olhar para esses pontos de entendimento, para o País andar para a frente.