O Presidente da República assinalou hoje o afastamento entre PSD e CDS-PP que antecedeu uma fragmentação à direita e defendeu que o problema para uma alternativa forte nesta área é mais de estratégia do que de liderança.
“Para haver uma alternativa plausível e forte no centro-direita e à direita, o problema não é apenas, não é sobretudo de liderança, é um problema de estratégia”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em entrevista à TVI.
Interrogado sobre as consequências das autárquicas de 26 de setembro, o chefe de Estado considerou que estas eleições “têm sempre” leituras nacionais e que “o decisivo é o que se vai passar nos próximos três, quatro meses”, com diretas e congressos partidários.
“Não, não é só o líder, é qual é a orientação que têm de seguir”, acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu, depois, que “na sequência da demissão do líder da oposição [Pedro Passos Coelho, em 2017] ficou clara a falta de coligação possível entre os dois partidos que tinham estado coligados no Governo anterior [PSD e CDS-PP]”.
“E a partir daí há uma fragmentação partidária à direita”, apontou.
À esquerda, o Presidente da República atribuiu aos “partidos que têm viabilizado orçamentos” dos governos do PS as seguintes questões: “O que é que vamos fazer? Que leitura retiramos das autárquicas? Reforçar a prazo a base de poder ou enfraquecê-la?”.
“Portanto, o que eu digo é o seguinte: a leitura que os partidos fizerem à esquerda e à direita destas autárquicas vai determinar a sua estratégia para as legislativas”, sustentou.
IEL // ACL