“Estamos a receber cada vez mais contactos e torna-se difícil responder a todos, mas temos de continuar a fazer um esforço para não deixar resposta nenhuma para trás.” Esta é uma das primeiras preocupações trazidas pela deputada não inscrita Cristina Rodrigues para a reunião com a sua equipa, depois das férias de verão. Partilha-a com Sara Martins, a sua chefe de gabinete (ex-PAN), Bernardo Gonçalves, que gere a comunicação (ex-PAN), e uma estudante de Direito, que queria conhecer o trabalho parlamentar de perto e voluntariou-se para prestar apoio à deputada. Encontram-se na antiga biblioteca da Assembleia da República – reservada para o regresso ao trabalho, uma vez que o seu gabinete está em obras – para falar sobre o modelo de trabalho que seguirão de ora em diante (presencial ou à distância); analisar os projetos-lei que deram entrada na última quinzena de agosto e os temas a que se vão dedicar nesta sessão legislativa.
Já trazem, no entanto, uma ideia formada sobre o timing em que querem divulgar as propostas, pois começaram por sondar os cidadãos, nas redes sociais, sobre o que estes preferem ver discutido de imediato no Parlamento. As mensagens continuam a chegar e Cristina Rodrigues ou Bernardo Gonçalves terão de responder, uma vez que o principal objetivo da deputada, desde que é senhora do seu destino parlamentar, é ser próxima dos eleitores. “Não faço de propósito para ser diferente, mas o feedback que tenho é que o meu método é diferente. As pessoas não estão habituadas a ter esta proximidade com os deputados. Noto isso quando voto de determinada maneira, se calhar inesperada, as pessoas vêm logo questionar-me e eu justifico-me sempre. Cada vez mais falam comigo para criticar, sugerir, apoiar. O que tem o seu custo: tenho de passar muitas horas a responder a mensagens, mas acho que isso faz parte das funções de um deputado”, diz à VISÃO.