A uma semana de ser desmobilizada a máquina montada pela diplomacia nacional exclusivamente para a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (PPCUE), o balanço de seis meses de mandato parece apontar para um saldo francamente positivo. Lisboa conseguiu desatar vários nós, que há anos emperravam o funcionamento e a intervenção de estruturas em Bruxelas, e tirar de gavetas fundas dossiers complicados, que grandes e pequenos países, que antecederam Portugal, foram deixando para trás, como é o caso da transparência das grandes empresas multinacionais ou o reforço dos poderes do Provedor de Justiça da União. Paralelamente, a “bazuca” dos milhões foi oleada e ligada, de modo a começar a disparar notas para a reconstrução dos 27 Estados-membros afetados pela pandemia, e diversas medidas tiveram aprovação num tempo recorde invulgar, face aos números da Covid-19, que teimam em não estabilizar.
O Governo começa já a puxar pelos galões, com a alegada dimensão do testemunho a transmitir à presidência eslovena, que arranca a 1 de julho. Para a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, que liderou a já conhecida dinâmica estrutura dos Negócios Estrangeiros em Bruxelas e no Luxemburgo, pouco ficou por fazer da agenda que Portugal concebeu para a presidência rotativa. Aliás, ainda acredita ser possível arrancar um acordo sobre a Política Agrícola Comum (PAC), nos sete dias que ainda tem pela frente.
Nuno Melo
CDS
“Uma cimeira social de faz-de-conta, a violação do Estado de direito na falsificação do CV do procurador europeu, a incapacidade de repudiar a entrega de dados de manifestantes ao regime russo, que chocou a Europa, e a não conclusão das negociações da PAC. Uma pobre presidência.”