São dias agitados aqueles que se vivem na maior central sindical do País. Há quase um ano que, como protesto, os membros da corrente socialista não comparecem às reuniões do Conselho Nacional da CGTP-IN (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional). Conotados com a ala PS, tais dirigentes acusam a liderança de Isabel Camarinha de uma maior dependência do PCP, de ter deixado cair a estratégia de abertura às tendências internas – levada a cabo pelo seu antecessor, Arménio Carlos – e de travar a discussão de propostas alternativas às que são submetidas pela Comissão Executiva.
Mais recentemente, foi a vez da tendência bloquista seguir os mesmos passos dos socialistas e mostrar o seu descontentamento. Há já pelo menos dois encontros do Conselho Nacional que os sindicalistas ligados ao Bloco de Esquerda entram na sala para, minutos depois, deixar aquele órgão de 147 elementos, que assegura a coordenação da organização entre os congressos e aprova diversas medidas, como as estratégias de luta da CGTP. Em causa estará o facto de não conseguirem que as suas propostas sejam aceites para análise – entre as quais um endurecimento dos protestos nas ruas e a reivindicação de diversas medidas junto do Governo.