“Quem me dera que o meu problema fosse o senhor ministro da Administração Interna; significa que não tinha problema, porque tenho um excelente ministro e vivo muito bem com o ministro da Administração Interna.” Que melhor amparo poderia Eduardo Cabrita receber de António Costa, no último debate parlamentar do Governo, quando está de novo no olho do furacão? Mais uma vez, o primeiro-ministro tentou esvaziar a pressão sobre o governante, à semelhança do que tem feito com mais frequência nos últimos três anos e meio – desta vez, devido aos incidentes durante os festejos da vitória do Sporting, para os quais o ministro da Administração Interna terá sido alertado pela PSP, a tempo de impedir os desacatos que se viram em Lisboa.
Se toda a carreira do ministro da Administração Interna (MAI) tem sido pautada por uma atitude de confrontação, em resultado de dossiers complicados que o PS lhe tem dado para desatar, a verdade é que nunca, como neste momento, os ventos correram tão fortes contra o governante. Num tão curto espaço de seis meses, Cabrita acumulou uma sucessão de polémicas, que começou com o lamento da viúva de Ihor Homeniuk – o cidadão ucraniano morto nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) –, pelo silêncio do Governo sobre o tema.
