O Presidente da República já tinha manifestado o desejo de entrar numa “boa onda” em maio e, esta terça-feira, confirmou que não vai propor a renovação do estado de emergência. Justifica-o com a melhoria dos dados epidemiológicos do País, que têm apresentado uma redução no número de mortes, internamentos e casos de Covid-19.
“Pesou a estabilização do número médio de mortes, internados, do R [contágio] e do número de infetados”, concretizou Marcelo Rebelo de Sousa, numa mensagem curta dirigida aos portugueses. “Pesou também o avanço em testes [de rastreio] e ainda mais importante na vacinação, o que saúdo e incentivo”, continuou, nomeando, ainda o tempo passado desde o período da Páscoa e desde o início do Plano de desconfinamento, há mais de um mês.
O 15.º estado de emergência – que estará em vigor até esta sexta-feira – terminará sem renovação; mas isto não quer dizer que “estejamos numa época livre de Covid”, advertiu o Presidente. “Podemos infetar os nossos contactos e permitir que a doença continue a transmitir-se. Enfrentamos também o risco de novas variantes menos controláveis pela vacina”, disse, lembrando que é sempre possível dar passos atrás se as novas medidas a definir pelo Governo não se provarem suficientes.
Horas antes das declarações do Presidente, a Iniciativa Liberal, o Bloco de Esquerda e o Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) já se congratulavam com a iniciativa de Marcelo, divulgada pelo deputado liberal, João Cotrim de Figueiredo, depois de uma conversa telefónica com o chefe de Estado. Por sua vez, o vice-presidente da bancada do PSD, Ricardo Baptista Leite, defendeu que existem “outros instrumentos legais” que podem ser acionados agora.
Desde o início da pandemia, Portugal passou 218 dias em Estado de Emerência.