“Se não for uma delas, vai ser uma grande surpresa para todos”. A afirmação, feita à VISÃO por uma fonte ligada ao PAN (partido Pessoas-Animais-Natureza), espelha o que se pensa internamente sobre o sucessor, ou neste caso sucessora, de André Silva. Surgem dois nomes, ambos ligados à vida parlamentar, mas muito distintos no jogo de forças entre as delegações do Sul e do Norte. A confirmar-se, o confronto entre Inês de Sousa Real e Bebiana Cunha pode ser mais do que uma luta pela liderança, pode ser uma luta que dá voz a divergências internas entre as delegações do Norte e de Sul do PAN.
Inês de Sousa Real (líder do grupo parlamentar) pertence ao núcleo de Lisboa e Bebiana Cunha ao do Porto; este último ligado à fundação do partido e que tem vindo há já algum tempo a fazer pressão para mover mais poder para o Norte. “A corrente do Norte”, como é conhecida dentro do partido, pede mesmo a mudança da sede do PAN para esta delegação. Motivo de várias discussões entre a direção e a origem de ameaças de André Silva para deixar a liderança.
O deputado André Silva filiou-se no PAN em 2012 e é o porta-voz nacional desde 2014. Um ano depois, tornou-se o primeiro deputado do partido na Assembleia da República, cargo que renovou nas legislativas de 2019; quando o partido obteve 173 931 votos (3,49%) e conseguiu eleger quatro deputados: André Silva, Inês de Sousa Real, Bebiana Cunha e Cristiana Rodrigues (a última desfilou-se no verão do ano passado e mantém-se no Parlamento como deputada independente).
No último domingo, André Silva anunciou que não ser iria recandidatar à liderança do PAN, durante o Congresso de 5 e 6 de junho por ter sido pai há cinco meses e querer dedicar mais tempo à família. Para além de não querer eternizar-se no cargo, segundo o próprio. O deputado comunicou ainda que no dia a seguir deixa o seu lugar no Parlamento, que, entretanto sabe-se, que será ocupado por Nelson Silva, 35 anos, programador informático e membro da Comissão Política Nacional do PAN.
Ainda faltam mais de dois meses até às eleições internas do partido, mas, para já, a única das duas deputadas a colocar a hipótese de uma candidatura foi Inês de Sousa Real. “Naturalmente que, atendendo às responsabilidades que assumo no partido, não me excluo desta reflexão. Oportunamente, as candidaturas à Comissão Nacional serão conhecidas”, disse, sem adiantar mais quando contactada pela VISÃO.
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