Depois de um conselho nacional que durou quase 16 horas, a moção de confiança à direção de Francisco Rodrigues dos Santos foi aprovada durante esta noite, com 144 votos a favor (54,4%), 113 (42,6%) contra e oito (3%) abstenções. Esta moção, que começou a ser votada já depois da uma da manhã, foi realizada através de voto secreto digital por 265 conselheiros (a partir de um método que incluiu emails, mensagens de telemóvel e códigos de segurança).
Os conselheiros garantiram assim a legitimidade da sua direção, depois de várias demissões e de um congresso extraordinário antecipado lançado por Afolfo Mesquita Nunes e Francisco Rodrigues dos Santos.
“Estou certo de que muito há a melhorar, a construir e a trabalhar. Quero fazer um apelo para que saibamos afirmar as propostas políticas do CDS, servindo os cidadãos”, afirmou o atual líder do CDS, referindo que “não é o CDS que está em crise, é o País, com um Governo incompetente e incapaz de derrotar a pandemia”.
Francisco Rodrigues dos Santos apelou ainda à “paz interna” e reforçou o convite a Adolfo Mesquita Nunes para contribuir com a atual direção para o futuro do partido. “Esta direção merece a confiança do próprio partido, para mais tarde merecer a confiança dos portugueses”, referiu.
Mesquita Nunes já reagiu aos resultados nas suas redes sociais e garantiu que ia respeitar a decisão do partido. “O Conselho Nacional entendeu de forma distinta. Está no seu mais legítimo direito. Como é evidente, respeito o resultado, assim como a avaliação positiva que o Conselho Nacional faz desta direcção e da sua estratégia”, escreveu, na sua conta de Facebook.
Antes da votação, a porta-voz do partido, Cecília Anacoreta Correia, tinha pedido “mandato reforçado” aos conselheiros nacionais e atacou Adolfo Mesquita Nunes, referindo que quem “executou uma linha política e perdeu 13 deputados não é um salvador da pátria”.
Esta reunião extraordinária do órgão máximo do CDS-PP entre congressos arrancou com uma demorada discussão sobre o modo que seria usado para a votação da moção de confiança.
Depois de ter indicado que colocaria à consideração do órgão máximo do partido o método de votação desta iniciativa, o presidente do Conselho Nacional afirmou que estava “assumida a proposta de voto secreto por via digital”, após uma intervenção do líder, na qual Francisco Rodrigues dos Santos apontou não ter “medo” que a votação seja secreta.
Este era o método defendido pelos críticos, que foram defendendo que o parecer do Conselho Nacional de Jurisdição, emitido na sexta-feira, e que estabelece que “a votação de moções de confiança à Comissão Política Nacional deve ser realizada por escrutínio secreto”, era vinculativo e deveria ser acatado.
Os trabalhos arrancaram à porta fechada, mas foram abertos aos jornalistas a partir das 15:45, após decisão do Conselho Nacional, estando a comunicação social a acompanhar a reunião na sede do CDS, em Lisboa, através de uma televisão.
Com Lusa