A pergunta era: “acha que as escolas devem fechar?” e foi feita por um dos alunos do Liceu Pedro Nunes, em Lisboa, ao Presidente da República, esta tarde de quarta-feira, durante a visita de Marcelo Rebelo de Sousa à instituição de ensino onde estudou e que comemora hoje 115 anos.
A resposta passou em revista todo o processo de decisão sobre as escolas em pandemia para chegar a isto: o fecho das escolas “vai colocar-se entre hoje e amanhã”, disse o Presidente, que ainda ontem tinha apontado esta decisão para depois da reunião com os epidemiologistas no Infarmed, na próxima terça feira.
“Neste momento, temos a variação britânica – com um peso que não se imaginava há 15 dias – e a disseminação social está a chegar às escolas”, admitiu Marcelo Rebelo de Sousa.
“Eu defendi que, como o ensino superior estava em avaliações, valia a pena levar as avaliações até ao fim” há umas semanas, sublinhou Marcelo, que agora pede uma reavaliação rápida da situação, depois de lembrar que o “vírus não para nas paredes da escola”.
Marcelo Rebelo de Sousa deslocou-se esta tarde ao liceu onde estudou entre 1959 e 1966 no âmbito da campanha eleitoral e durante 2h30 conversou com os alunos, no auditório, sobre a pandemia, as eleições e o sistema político português.
Com a pressão para o encerramento das aulas presenciais do terceiro ciclo e do Secundário a aumentar, as ministras de Estado e da Presidência e da Saúde reúnem-se com epidemiologistas ainda esta quarta-feira, ao fim da tarde.
Fonte do Governo referiu à agência Lusa que esta reunião de Mariana Vieira da Silva e Marta Temido com os epidemiologistas que habitualmente participam nos encontros com o Governo, Presidente da República e partidos, no Infarmed, em Lisboa, antecede o Conselho de Ministros desta quinta-feira.
O primeiro-ministro, António Costa, que se encontra em Bruxelas, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, reunir-se-á com as ministras de Estado e da Presidência e da Saúde logo após chegar a Lisboa esta noite.
Na terça-feira, durante o debate sobre política geral na Assembleia da República, António Costa admitiu a possibilidade de se proceder a um encerramento de escolas caso fique demonstrado que a variante inglesa do novo coronavírus, que é mais contagiosa, se está a tornar dominante nos estabelecimentos de ensino.
“Neste momento, estamos a bater-nos para manter as escolas abertas, já que sabemos o enorme custo social que representa fechá-las. Na quarta-feira [hoje], vamos iniciar uma campanha de testes rápidos em todas as escolas, tendo em vista reforçar a segurança”, disse em resposta ao presidente do Grupo Parlamentar do PSD, Adão Silva.
Logo a seguir, no entanto, o líder do executivo advertiu que, “se esta semana se souber, por exemplo, que a estirpe inglesa se tornou dominante no país, então, muito provavelmente, terão mesmo de fechar as escolas”.