A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) indicou hoje que o Irão continua a aumentar as suas reservas de urânio enriquecido, que já ultrapassam os 2.105 quilogramas, quando o limite autorizado no acordo de 2015 é de 300.
No relatório distribuído hoje aos países membros e consultado pela agência norte-americana Associated Press, a AIEA refere que a 25 de agosto o Irão tinha armazenados 2.105,4 quilogramas (2,32 toneladas) de urânio pouco enriquecido, mais 533 quilogramas do que fora indicado no relatório de maio da agência da ONU.
Em 2015, o Irão assinou em Viena um acordo com os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China) e a Alemanha que autoriza a República Islâmica a manter reservas de apenas 300 quilogramas de urânio pouco enriquecido.
O acordo designado de Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) também limita Teerão a enriquecer urânio com uma pureza até 3,67%, mas o relatório da AIEA indica que o enriquecimento tem atingido os 4,5%, como já vinha acontecendo.
Ao contrário, as reservas de água pesada do Irão diminuíram, voltando aos limites permitidos pelo acordo, adianta o relatório da agência da ONU, que fiscaliza a aplicação do JCPOA.
O acordo de 2015 previa o levantamento de sanções internacionais à República Islâmica em troca de restrições ao seu programa nuclear.
Os Estados Unidos abandonaram o pacto em 2018 e reimpuseram sanções prejudicando a economia iraniana e o Irão começou em 2019 a violar as restrições para pressionar os restantes signatários do acordo a compensarem as perdas resultantes daquela decisão de Washington.
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