
No início de junho, o Ministério da Defesa Nacional e a Força Aérea Portuguesa (FAP) prometeram 4,5 milhões de euros à empresa que conseguisse construir e entregar, apenas uma semana depois de assinado o contrato, os dois primeiros de um conjunto de 12 drones para reforçar a vigilância e a prevenção na fase mais crítica dos incêndios, já a partir de 1 de julho. De envelope na mão, foram ao mercado para uma consulta prévia a três empresas nacionais na área dos unmanned aircraft (nome técnico destes equipamentos), mas só uma apresentou proposta ao concurso. Depois de analisar o caderno de encargos, a Tekever e o CEiiA – que chegaram a formar um consórcio para disputar o contrato – desistiram do negócio. “Conclui-se à saciedade que, apesar da aparência de abertura, o procedimento é fechado à concorrência, refletindo uma escolha predefinida da entidade adjudicante”, refere uma nota demolidora do concurso, que a empresa fez chegar à FAP. À VISÃO, o ramo recusa em absoluto que as regras do jogo tenham sido viciadas, mas a verdade é que, agora, a UAVision ficou com caminho livre para levantar o cheque.
Publicamente, a história começou a 11 de maio e tem o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, como primeiro protagonista. Nesse dia, à saída de uma reunião do Conselho de Coordenação da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, em que também participou o primeiro-ministro, Matos Fernandes anunciou o reforço dos meios de vigilância de fogos, com a compra de 12 novos aparelhos. “São drones que têm uma grande capacidade de voo em comparação com os que hoje existem. Estamos a falar de drones que podem voar entre seis e oito horas, tendo um raio de ação de 100 quilómetros a partir do ponto onde são comandados. A partir do final do mês de junho, esses drones vão estar no terreno”, garantia então o governante.
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