“O Conselho dos Direitos Humanos da ONU que inclui a Venezuela, e recentemente Cuba e China, sempre foi e continua a ser um refúgio para os ditadores e para as democracias que os toleram”, afirmou o secretário de Estado norte-americano.
“A decisão do conselho de votar ontem uma resolução centrada na polícia e no racismo nos Estados Unidos leva-o a um nível mais baixo”, adiantou.
O Conselho dos Direitos Humanos, instância da ONU sediada em Genebra e da qual Washington se retirou em 2018, aprovou unanimemente na sexta-feira uma resolução condenando o racismo sistémico e a violência policial, após ter retirado uma menção específica aos Estados Unidos.
A resolução foi apresentada por países africanos no quadro de uma reunião urgente convocada após a morte de George Floyd, um afro-americano de 46 anos, depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos, numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.
Desde então têm sido organizadas em todo o mundo manifestações contra o racismo.
Nos Estados Unidos, alguns dos protestos contra a violência policial e o racismo foram acompanhados de atos de pilhagem.
Na sua versão inicial, exigia a criação de uma comissão de inquérito internacional independente para esclarecer a questão do “racismo sistémico” nos Estados Unidos. Este tipo de comissão é habitualmente criado em situações de grande crise, como o conflito sírio.
Mas o texto foi progressivamente suavizado e deixou de nomear os Estados Unidos na sua última versão, desencadeando a ira das organizações não-governamentais.
A resolução pede à Alta Comissária para os Direitos Humanos das Nações Unidas, Michelle Bachelet, para “preparar um relatório sobre o racismo sistémico, as violações da lei internacional sobre os direitos humanos e os maus tratos contra os africanas e as pessoas de origem africana pelas forças de segurança”.
“O atual discurso cívico acerca da trágica morte de George Floyd nos Estados Unidos é um sinal da força e maturidade da nossa democracia”, defendeu Mike Pompeo.
“Se o conselho quisesse seriamente proteger os direitos humanos muitas questões mereceriam a sua atenção, como as desigualdades raciais sistémicas em locais como Cuba, China e Irão”, adiantou.
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