José Ribeiro e Castro não tem dúvidas: mesmo que PSD e CDS sejam forçados a engolir mais alguns sapos até ao final do mandato presidencial, Marcelo Rebelo de Sousa é a melhor hipótese para o ato eleitoral que, previsivelmente, decorrerá em janeiro do próximo ano. Em declarações à VISÃO, o ex-líder do CDS – que tem sido apontado como um possível solução para o espaço entre o atual Chefe do Estado e de André Ventura – sinaliza que não está com vontade de travar esse combate e pede sangue frio à direção de Francisco Rodrigues dos Santos.
“A direita está na situação em que está por ter cometido uma série de erros, que não têm nada a ver com o Presidente da República. Não pode, sequer, estar à espera que o Presidente da República resolva esses problemas, que só eles podem resolver, que passam por apresentar um projeto político com consistência e que ganhe tração na sociedade portuguesa”, diz o histórico centrista.
“Se [PSD ou CDS] querem candidatos, têm de arranjar alguém que apresente uma ideia e um projeto para Portugal, não alguém que faça um frete”, dispara, quando confrontado com outras soluções do espaço político que várias personalidades têm defendido que está por preencher com o leque de candidaturas já anunciadas.
Por isso, Ribeiro e Castro procura, desde já, travar outros avanços. “O primeiro mandato de Marcelo Rebelo de Sousa foi muito centrado na sua pessoa e nos afetos e agora acho que é preciso mais do que isso. Cometeu erros, mas o melhor candidato para o centro-direita é Marcelo 2.0”, antecipa o antigo deputado democrata-cristão. Isto porque, argumenta, a atual primeira figura do Estado “tem envergadura e bagagem política para apresentar um projeto mobilizador ao País”.
Ainda assim, Ribeiro e Castro também não passa um cheque em branco ao inquilino de Belém. “Se for um Marcelo abaixo de zero, para o centro e para a direita, torna-se muito difícil [de apoiar], mas ganhará na mesma. O melhor é mantermo-nos neste espaço, criticando quando for necessário, como se faz com os amigos, mas não deixando dúvidas a ninguém sobre o nosso posicionamento”, sentencia.
A declaração do ex-líder centrista deixa, assim, a direção de Rodrigues dos Santos num caminho estreito. Com Ribeiro e Castro e António Bagão Félix fora da jogada, sobrará Manuel Monteiro entre o rol de senadores a considerar para as presidenciais de 2021. Ou, então, Adolfo Mesquita Nunes, hipótese que não agradará ao núcleo duro de ‘Chicão’.