A ronda internacional que André Ventura tinha delineado para promover o CHEGA junto de governantes, dirigentes e partidos de direita vai ter de esperar mais algum tempo. Não fosse o coronavírus e o deputado estaria por esta altura em Cabo Verde para encontros bilaterais com o Presidente da República e vários ministros daquele país, mas acabou por ser representado nessa tarefa por José Lourenço, “vice” da distrital do Porto do partido, que ali chegara dias antes.
Para os próximos meses estavam já agendadas reuniões nos EUA e em Itália.
Em Portalegre, quando apresentou a candidatura presidencial, a 29 de fevereiro, André Ventura confirmou à VISÃO que, em breve, teria um encontro com aquele que, de momento, é a sua maior referência internacional: Matteo Salvini, senador e ex-Ministro do Interior italiano. “Estamos a estabelecer relações com parceiros políticos externos. Já fui a Espanha encontrar-me com o VOX e vou encontrar-me com vários líderes internacionais da nossa linha política. Um deles é o Salvini, da Liga Italiana, com o qual há muito queria falar. É um político com causas bem definidas, popular, que gosta de estar junto das pessoas”, justificou, na altura, o líder do CHEGA, antes da pandemia adiar tudo.
Nestas viagens estavam também envolvidos Diogo Pacheco de Amorim, vice-presidente do partido, e o referido José Lourenço, conselheiro do cônsul honorário em Palm Coast (Flórida) e empresário, César de Paço, que se dispôs a facilitar contactos, embora se queira manter apartidário. André Ventura, de resto, iria assistir, em Cabo Verde, à nomeação de Deanna de Paço (ex-candidata do CDS pelo círculo Fora da Europa e mulher do diplomata), enquanto cônsul honorária de Cabo Verde. O périplo incluirá ainda países da América Central e regiões do mundo com governos de direita. Jack Ciatarelli, candidato a governador de New Jersey, além de outros senadores republicanos, também estavam na agenda, entretanto suspensa. “Vamos fazer isto paulatinamente. Queremos dar-nos a conhecer, queremos ser conhecidos e fazer amigos. Em conjunto com o Diogo Pacheco de Amorim, estou a trabalhar a internacionalização do CHEGA. O facto de ser conselheiro do doutor De Paço permite-me ter muitos contactos a nível internacional na área política”, explicou à VISÃO, José Lourenço, antigo militante do CDS/PP.
Para já, porém, André Ventura fica em casa. “Tenho o interesse nacional e os portugueses à frente, a responsabilidade de fazer frente a irresponsáveis, não me dou ao luxo de fazer auto quarentena ou de sair do País em viagens, por muito importantes que sejam”, explicou nas redes sociais. Pelo menos a nível internacional, o CHEGA ainda vai demorar a levantar voo.