Dez computadores para os delegados fazerem as listas aos órgãos nacionais, cruzamento informático de nomes para evitar repetições ou sobreposição de candidatos, registo de delegados por QR Code, redução substancial de papel e do erro humano, margem zero para manipulações, eis como se apresentou o PSD na primeira noite de trabalhos, sexta, 7, do 38º Congresso no Centro Cultural de Viana do Castelo. “A regra é a transparência total”, explicou à VISÃO Hugo Carneiro, o “ideólogo” da revolução tecnológica com a qual os congressistas foram recebidos no edifício concebido pelo arquiteto Souto Moura, sorridentes e curiosos em experimentar o novo processo.
O economista e secretário-geral adjunto garante: o partido deixa de andar literalmente aos papéis, à cata de nomes e credenciais em caixotes, e antecipa substancialmente a divulgação de listas, resultados e o fim dos trabalhos, garantindo uma monotorização em cima da hora para evitar qualquer problema ou suspeita. Se a redução de papel a nível central já tinha permitido poupar cerca de 35 mil euros, sobretudo com os CTT, este primeiro congresso tecnológico vai permitir outra tranquilidade e fiabilidade no decorrer dos quase três dias de trabalho. “E temos uma tipografia no Porto em stand-by pronta a imprimir boletins a qualquer momento”, garante Hugo Carneiro, assegurando mais novidades para os próximos meses. “Dentro de pouco tempo, quem quiser inscrever-se no PSD já poderá fazê-lo com uma chave digital”, explica o também deputado, relevando a circunstância de as próprias estruturas locais terem desde já à sua disposição uma plataforma digital que lhes permite aceder, 24 horas por dia e até ao final de cada mandato, a um programa de gestão de militantes. “Já há um outro partido português interessado em adotar o nosso sistema global, mas não posso divulgar qual”, sorri Hugo Carneiro, confiante na adesão substancial e gradual dos militantes a estas mudanças. “Entregámos listagens às estruturas locais sobre estas matérias e eu próprio dei no primeiro dia do congresso uma pequena formação a quem está a receber os militantes. A recomendação é acolher e ajudar com pedagogia, não é despachar. Todos têm de se sentir integrados, independentemente de terem mais ou menos capacidade para se adaptarem a esta nova fase.”.