“Foi assim que as utopias se foram tornando na realidade que podemos fruir”, escreve António Costa sobre Lisboa Capital Verde Europeia, um texto que começa com um louvor a José Sá Fernandes, “o primeiro nome que ocorre” sobre o tema. No artigo de opinião para o Jornal de Letras, agora nas bancas, com um destaque especial dedicado a esta distinção da cidade e respetiva programação, o primeiro-ministro traça rasgados elogios ao vereador do ambiente e deixa subentendida uma crítica ao Bloco de Esquerda.
“Não há nada mais difícil do que resistir ao ridículo. Exige muita convicção. E como eram ridicularizadas as ciclovias em 2007, do mesmo passo que eram chumbadas as bicicletas de uso partilhado, ‘ideia absurda numa cidade de colinas’. Felizmente hoje podemos dizer: quem ri por último, ri melhor. Como o Zé pode rir de que galhofou da Carta Solar ou desdenhou da reutilização em regas e lavagens das águas residuais devidamente tratadas. Ou dos que o traíram na primeira oportunidade, mal se aperceberam que não era uma marioneta do diletantismo radical, mas um apaixonado desta cidade, na qual queria mesmo fazer obra. E faz”, comenta. A traição mencionada refere-se ao Bloco de Esquerda, que rompeu o acordo político que tinha com José Sá Fernandes para a Câmara Municipal de Lisboa durante o mandato de António Costa, do qual o vereador fala numa entrevista à VISÃO.
Além do vereador do ambiente, o ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa elogia também Manuel Salgado, vereador do urbanismo, e o atual presidente da Câmara, Fernando Medina. “Ninguém faz nada sozinho. Este resultado é mesmo fruto de um trabalho de equipa, continuado, persistente, com muita teimosia, conquistado palmo a palmo.” A Salgado elogia a “combinação do saber pensar com a capacidade de fazer”, a Medina “a ousadia e coragem com que assumiu a gestão do transporte público”.
“São os três muitos diferentes uns dos outros e são precisamente essas diferenças que os complementam e por isso precisam uns dos outros. Não tenho bem a certeza se apreciam – e até desconfio que não… – que os evoque aqui, em conjunto. Porque são também muito iguais na recíproca teimosia”, resume António Costa neste texto.
Nesta edição do Jornal de Letras, com uma capa com ilustração original de José Manuel Castanheira, um dos mais consagrados artistas e cenógrafos portugueses, escrevem também sobre Lisboa Capital Verde Europeia José Sá Fernandes, Fernando Medina, Manuela Raposo Magalhães, Isabel Mota, Guilherme de Oliveira Martins e Viriato Soromenho Marques.