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Rui Rio acusa a comissão parlamentar de inquérito de ter “lavado mais branco”, para ilibar Azeredo Lopes. Mas Tancos é uma daquelas nódoas que não sai.
Uma série da Netflix
A presidente do CDS, Assunção Cristas, visitou o Mosteiro da Batalha. E, agora, aproveita para se preparar para a batalha. Anunciando que o CDS cancelará o programa da campanha previsto para amanhã de manhã – uma visita à Feira de Queluz, logo agora que, depois da boa experiência de Lamego, se estava a habituar às feiras… – para reunir a comissão executiva do partido, na sede nacional do Largo do Caldas. Motivo, preparar a estratégia para atacar o caso de Tancos. O CDS pretende puxar os galões, por achar que liderou, no parlamento, desde o princípio, o confronto político com o Governo, assim que se soube do assalto, no início do verão de 2017.
Ou seja, os termos da acusação agora deduzida pelo Ministério Público, em que o arguido Azeredo Lopes, ex-ministro da Defesa, é acusado de quatro crimes – denegação de Justiça, prevaricação, abuso de poder e favorecimento – veio fazer com que Tancos tivesse modificado profundamente o guião da campanha eleitoral, com consequências ainda imprevisíveis.
Em resposta a Antóbnio Costa, que acusou Rui Rio de mudar de princípios e de começar a usar os casos judiciais para fazer política, o líder do PSD diz que apenas falou de política. E insiste na necessidade de esclarecimentos do primeiro-ministro: sabia ou não sabia da encenação que permitiu a recuperação das armas? António Costa, porém, diz que já respondeu a todas as perguntas, no âmbito da da comissão parlamentar de inquérito. A tal que, segundo Rio, serviu para “lavar mais branco”. A verdade, porém, é que existem, agora, novos elementos que, alegam PSD e CDS, exigem de Costa novas respostas. É que o processo deixou de estar em segredo de Justiça.
Confrontando, também, PCP e BE, Rui Rio tem agora uma interessante disputa com Assunção Cristas: quem consegue ser mais eficaz no desgaste de António Costa e da geringonça? Catarina Martins acusou o toque: “Toda a gente conhece os níveis de exigência do Bloco nas comissões de inquérito!”. Já Jerónimo de Sousa reconhece que, sabendo o que se sabe agora, “talvez hoje a posição do PCP fosse diferente”. E admite viabilizar, não só uma reunião da Comissão Permanente das Assembleia da República, como avançar para nova comissão de inquérito.
Assunção Cristas resume tudo numa imagem feliz: o caso de Tancos parece uma série da Netflix. Onde ela, claro está, desempenhará o papel da heroína, a desmascarar os vilões…
O ambiente é de quem o apanhar
O assunto/eucalipto de Tancos diminui, ainda mais, o espaço de afirmação dos pequenos partidos, nesta campanha. Talvez por isso, Pedro Santana Lopes alinha pelo diapasão de António Costa, pedindo que o assunto seja deixado aos tribunais. O PAN diz o mesmo: André Silva procurou, isso sim, rentabilizar as manifestações da greve climática, apropriando-se do tema, “colocado na agenda, nos últimos quatro anos”, pelo seu partido. Mas o Bloco também o fez, numa marcação cerrada, com Catarina Martins a aparecer na “manif”. André Silva não deixará de olhar para o Bloco como o penetra que entrou na festa. E o MPT, também a embarcar na onda da greve climática, diz que é o “único partido ecologista” em Portugal. O tema do Ambiente parece a “cena” do passe único: todos tiveram a ideia primeiro…
Aqui, há Pardal
No Porto, António Costa fez a sua arruada em moldes totalmente diferentes dos de ontem, em Moscavide: em ritmo de procissão e a contornar a espera montada pelos lesados do BES, que, ainda por cima, estavam representados por um VIP: nada mais, nada menos do que Pedro Pardal Henriques, o fogoso advogado do sindicato dos motoristas de matérias perigosas e candidato pelo PDR de Marinho e Pinto, em Lisboa! Pardal Henriques, que tem estado um pouco ausente das atenções mediáticas, resolveu sair ao caminho de António Costa, num número com poucos riscos: se os ovos do PDR não são filmados, pelas televisões, no seu próprio ninho, nada como depositá-los no ninho dos socialistas. De pardal a cuco vai um pequeno passo.