Em entrevista à TVI, António Costa disse que tem “um grande respeito pelos professores” e que sabe “bem como, durante décadas, sucessivos Governo criaram ilusões”.
E isso eu não faço. Podem votar todos contra mim, olhe, tenho pena”, salientou.
“Eu não vou criar ilusões a dizer que vou devolver a integralidade do tempo, porque eu sei que só não vou eu, como não vai ninguém. E, não vai, não é este ano, nem no próximo, nem daqui a 10 anos, porque financeiramente não é possível fazer isso”, afirmou.
Para António Costa, “não é possível ser justo com os professores e com todas as outras carreiras em circunstâncias idênticas, sem que isso implicasse cortes brutais na despesa ou aumentos gigantescos de impostos”.
Portanto, acrescentou, “isso não vai acontecer”.
“Eu prefiro falar verdade e dizer [que] o que nós achamos que é possível é devolver dois anos, nove meses e 18 dias aos professores, o equivalente aos 70% de cada módulo de progressão nas outras carreiras especiais, e prosseguir uma trajetória que o país tem seguido, onde tem conseguido reduzir o défice e a dívida, tem conseguido, pela primeira vez, crescer acima da média europeia e com uma significativa redução do desemprego”, indicou.
Na entrevista, António Costa começou por destacar “as consequências que teria a aprovação em votação final global do diploma que foi votado em especialidade” na semana passada, que passam por pôr “em causa a estabilidade financeira do país, a equidade entre os portugueses e a credibilidade internacional de Portugal”.
A aprovação do diploma “compromete a governabilidade no presente” e “condiciona, de uma forma inadmissível, a governabilidade no futuro”, salientou o líder do executivo, notando que “se se confirmar, o Governo não terá outro remédio” senão demitir-se.
“Eu aguardo serenamente o que é que venha a ser votado em votação final global. Agora, eu acho é que ninguém tem direito, nem a procurar criar ilusões aos professores, mentir aos professores sobre o que é que está em causa, nem enganar os portugueses”, assinalou.