Já há dois debates confirmados nas televisões com os cabeças-de-lista dos partidos às europeias (o terceiro debate ainda está em negociações), soube a VISÃO junto de fontes de candidaturas. A SIC ainda tentou um frente-a-frente entre Pedro Marques e Paulo Rangel, mas as reservas do candidato do PS – Pedro Marques recusa dar um lugar de destaque ao eurodeputado do PSD – põem em dúvida esse debate a dois.
A RTP foi a primeira a fechar uma data: 20 de maio. Uma semana antes das eleições, os cabeças-de-lista de todos os partidos com presença em Bruxelas – PS, PSD, PCP, CDS, Bloco de Esquerda e MPT – vão juntar-se no Mosteiro dos Jerónimos para um confronto derradeiro.
A proposta foi feita na segunda quinzena de fevereiro (logo depois de Pedro Marques ter sido oficialmente confirmado como primeiro nome da lista do PS) e os partidos foram contactados pela ordem dos resultados das últimas europeias. Os pormenores terão ficado definidos ainda antes do final de fevereiro – o que não impediu Paulo Rangel de, ainda este fim de semana, acusar Pedro Marques de fugir aos debates. “Não vale a pena o cabeça-de-lista do PS vir com desuclpas, com queixas e com queixinhas que, no tom que têm, chegam a ser infantis”, atirou o eurodeputado na Figueira da Foz. “Ou quer debater ou não quer debater” e “se não quer debater, eu vou debater com ele e vou debater aqui já”, disse Rangel, num desafio ao ex-ministro.
Mais do que um “debate” tradicional”, o número um do PSD às europeias estaria a referir-se ao frente-a-frente que a SIC propôs aos candidatos do centrão e que, nesse momento, ainda não tinha recebido uma resposta da candidatura de Pedro Marques.
A resposta chegou esta quarta-feira. À VISÃO, fonte da candidatura socialista inverte a lógica para explicar a posição do PS que, na prática, recusa um frente-a-frente ao estilo Bloco Central: “Por que razão Pedro Marques haveria de debater apenas com Paulo Rangel, e não com Marisa Matias, João Ferreira e Nuno Melo?”, questiona-se. Não é ainda o fim de um debate a dois (ou de vários debates a dois), mas obriga a nova ronda de conversações.
Certo é o segundo debate, que na verdade até será o primeiro entre os candidatos, também já tem data: 1 de maio foi a data consensualizada com a SIC, depois de várias tentativas frustradas pela recusa (do PS, para o dia 5 de abril) em participar num debate antes de as listas serem entregues no Tribunal Constitucional ou por dificuldades de agenda. Nessa agenda eleitoral, 16 de abril é a data-limite para os partidos apresentarem os nomes ao Parlamento Europeu no Palácio Ratton, e a estação ainda propôs que os cabeça-de-lista se sentassem todos logo no dia seguinte, mas o plenário em Estrasburgo – onde estarão presentes quatro dos candidatos – surgiu como um obstáculo.
Esse mesmo argumento levou a que se olhasse de novo para o calendário para encontrar uma vaga para o terceiro debate entre os partidos. O encontro é promovido pelo Conselho Nacional da Juventude, que começou por propor o dia 15 de abril. Há manifestações oficiosas de interesse de todas as partes mas, confirmações, só mais tarde.