O CDS quer “acabar com uma lacuna” e repor “a equidade, uma vez que a Carris passou a estar sob controlo da autarquia da capital.” Quem o diz é João Gonçalves Pereira, vereador da Câmara Municipal de Lisboa (CML) e um dos signatários da proposta que prevê a criação do Passe 13-23. Este título pretende que os não universitários entre os 18 e os 23 anos possam ter os mesmos descontos que os jovens de igual idade que frequentam o ensino superior. “A lógica é não prejudicar aqueles jovens que, por qualquer razão, tenham começado a trabalhar mais cedo ou não tenham tido a possibilidade de entrar na universidade”, explica o vereador centrista.
Atualmente, todos os jovens entre os quatro e os 18 anos têm benefícios nos passes mensais da Carris, devido ao Passe 4-18, assim como todos os estudantes universitários com menos de 23 anos, abrangidos pelo Passe Sub-23. Ora, para o CDS existe uma “lacuna clara”: os jovens na faixa etária entre os 18 e os 23 anos são “discriminados se não pertencerem ao ensino superior.” Sendo a CML acionista da Carris, os centristas exigem que esta falha seja corrigida pela autarquia de modo a que ninguém “possa ser penalizado por não pertencer a uma universidade.”
“O apoio nesta fase da vida é determinante”, defende o também deputado centrista. “Se um jovem entre os 18 e os 23 anos não tem capacidade para ingressar no ensino superior ou decidiu começar a trabalhar sem passar pela universidade não tem qualquer desconto na Carris”. É para que os jovens nestes e noutros casos semelhantes não deixem de ser abrangidos pelos benefícios que o CDS leva hoje a debate esta proposta.
Os centristas sugerem que os descontos deste novo passe sejam semelhantes aos existentes no Passe Sub-23. Ou seja: 60% para os jovens beneficiários da Ação Social Escolar ou da Ação Social Direta no Ensino Superior; e 25% para os restantes. A moção mantém as percentagens “para agilizar” a criação deste novo passe, evitando “burocracias desnecessárias”. O importante para os vereadores centristas é que “a medida seja adotada rapidamente.”
Na moção, existe ainda um segundo ponto deliberativo onde se recomenda ao Governo que considere o alargamento destes benefícios ao Metropolitano de Lisboa. O documento será discutido na tarde desta quarta-feira em reunião de câmara e os centristas estão confiantes na sua aprovação. “É uma proposta equilibrada, não vemos motivo para não ter acolhimento”, diz João Gonçalves Pereira.