O líder do PSD não se demite do cargo depois de o partido ter obtido esta noite “um dos piores resultados de sempre”. Passos Coelho reconheceu a derrota, parabenizou o PS por uma “vitória expressiva em termos globais” e anunciou que não iria deixar o cargo. No entanto, o ex-primeiro-ministro disse que não põe de parte a hipótese de não se recandidatar à liderança dos sociais-democratas.
Passos Coelho falou poucos minutos depois de António Costa ter festejado um resultado que se adivinha histórico para o PS. O líder dos sociais-democratas tinha uma mensagem clara para passar: o presidente do PSD não se demite por um mau resultado autárquico mas esse resultado pode ser suficiente para matar uma recandidatura antes mesmo da sua nascença. A decisão ainda não está tomada. “Essa é uma reflexão que farei, sobretudo, a nível pessoal”, explicou Passos.
As sondagens já deixavam antever que esta não seria uma noite fácil para o PSD e muito menos para o seu presidente. Mas nem as piores projeções apontavam para um resultado pior que o de 2013 – que já tinha sido drástico para o partido. Terá sido isso que levou Passos Coelho a tomar a decisão de reconsiderar a sua recandidatura. “É um resultado muito pesado e eu não gosto de fugir às responsabilidades”, resumiu.
A refexão não será “feita em cima do joelho”, disse. Questionado sobre quando comunicaria a decisão final, Passos Coelho disse apenas que não costuma “demorar muito tempo”. Não estipulou qualquer data limite para anunciar a sua decisão. Importa, no entanto, recordar que o Conselho Nacional do PSD vai reunir-se esta terça-feira para analisar os resultados desta noite. O presidente do partido não esclareceu se seria esse o momento em que comunicaria a decisão final ao partido.
Resta apenas esperar pelo fim da reflexão de Passos Coelho. Os seus adversários internos devem estar a esfregar as mãos, ansiosos pelo tiro de partida. Mas será que Passos vai mesmo premir o gatilho?