O edifício Palácio Atlântico, na praça D. João I, em pleno coração da cidade do Porto, será uma das três sugestões apontadas pela comissão nacional de candidatura para receber a Agência Europeia do Medicamento (EMA). O imóvel, vizinho do Teatro Rivoli, é hoje apenas simbolicamente a sede do Millennium BCP, funcionando ainda ali alguns serviços. Mas é um património que o banco tem disponível para venda.
Integrado no projeto de requalificação do quarteirão da Praça D. João I, o Palácio Atlântico pode estender-se e ficar com 29 mil metros quadrados, suficientes para receber os cerca de 900 funcionários que serão deslocalizados de Londres, a sede atual da EMA. Já em fase adiantada, este projeto estará pronto em março de 2019, data em que se prevê seja feita a mudança de Londres para a cidade vencedora da candidatura.
Além do Palácio Atlântico, a comissão nacional sugerirá ainda mais dois edifícios, também no centro da cidade, e que serão divulgados na próxima segunda-feira, 31, em conferência de imprensa que se realizará em Lisboa. Nessa altura, serão ainda apresentados o vídeo promocional da cidade do Porto e o site de candidatura.
“Temos a certeza de que estaremos todos unidos nesta candidatura”, adiantou Ricardo Valente, vereador da Câmara Municipal do Porto e um dos elementos que integra a comissão nacional de candidatura, acrescentando ainda que “haverá um plano de comunicação estruturado a nível nacional, apesar da corrida contra o tempo”.
A campanha de comunicação ficará a cargo da agência Lift, que ganhou um contrato no valor de 74800 euros mais IVA. Neste momento, são já conhecidos os vídeos promocionais de Dublin, Viena, Amesterdão, Milão ou Copenhaga. Malta e Chipre terão desistido, pelo que estarão em jogo 20 candidaturas.
O Porto precisa mostrar que a cidade preenche os requisitos exigidos, entre os quais: acessibilidades, ligações aeroportuárias aos estados membros da União Europeia, infraestruturas ou parque escolar pronto para receber as respetivas famílias dos funcionários da Agência. Em todos eles o Porto se sente confortável. Um aeroporto moderno e a existência do Colégio Alemão, da Escola Francesa, do Porto British School, do Colégio Efanor (com ensino bilingue), do Colégio Luso-Internacional do Porto (CLIP, que ainda recentemente fez investimentos de dois milhões de euros) e de muitas das faculdades terem já aulas integrais em inglês deixam antever que não será este um motivo de rejeição da cidade.
Seguir-se-á depois a votação dos diretores gerais junto da Comissão Europeia, que darão pontuação a três localizações, vencendo a que obtiver o maior somatório de votos. A escolha será conhecida em novembro.