A Agência Portuguesa para o Ambiente (APA) garante que a qualidade do ar na zona da Expo mais próxima dos Olivais “não prevê incumprimento aos valores limite para a proteção da saúde”, procurando assim dar resposta às queixas dos moradores sobre os odores intensos que se têm feito sentir a propósito das obras de ampliação do Hospital da CUF Descobertas.
Em esclarecimentos à VISÃO, a APA explica que esta informação sobre a qualidade do ar, “ainda não [está] validada”. Trata-se da “medição automática e em contínuo de vários poluentes”, que é feita em várias estações da aglomeração de Lisboa. Para respostas mais precisas, a APA adianta que “foi recomendado ao operador a avaliação de compostos orgânicos voláteis na envolvente direta da obra para melhor conhecimento da situação em causa”.
Recorde-se que houve queixas por parte dos moradores da zona envolvente a propósito dos odores intensos que se sentiam no local da obra, o que suscitou também a intervenção da Quercus. A associação ambientalista pediu à José de Mello Saúde a “realização de “Análises de Avaliação à qualidade do ar exterior à obra, no que respeita ao parâmetro “hidrocarbonetos”, bem como um “Estudo de Amostragem e Caraterização à totalidade da zona contaminada”, por formas a avaliar a situação e minimizar os impactes nos utentes desta Unidade Hospitalar e nos moradores nas zonas envolventes”.
A APA explica à VISÃO que estes odores “incomodativos” que têm suscitado queixas não têm “valores legislados”, mas adianta que pode ser “avaliada a concentração no ar ambiente de compostos orgânicos voláteis libertados por esta escavação”. Daí a recomendação feita ao “operador”.
A APA, a quem compete o acompanhamento destas matérias, adianta que já recebeu vários esclarecimentos por parte da CUF sobre classificação de resíduos, cumprimento de normas e ponto de situação do “processo de licenciamento da operação de contaminação de solos”. Confirma também que houve uma ação extraordinária da Inspeção Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT), a 19 de outubro, que deu conta que “não foram, à data, identificados indícios de encaminhamento indevido de solos, antes a adoção de cuidados para o envio dos mesmos para destinos adequados”.