José Pedro Aguiar Branco desafiou todos os sociais-democratas: “Como nos casamentos, ou vão a votos, ou calem-se para sempre.” E referindo-se ao seu próprio casamento, anunciou ter sido convidado (e ter aceite) ser candidato à Assembleia Municipal de Guimarães, onde casou e batizou os seus cinco filhos.
Mas a sua intervenção, uma das mais animadas do segundo dia de congresso do PSD, não se centrou na sua pessoa. Apelando a que as autárquicas sejam o tema principal do encontro, desafiou todos os seus companheiros para o combate, porque “as eleições não se ganham nos 15 dias da campanha; ganham-se um ou dois anos antes. É agora que temos de trabalhar.”
Recordando Marcelo Rebelo de Sousa, que no seu tempo exigiu que “todos fossem a jogo” – casos de António Capucho, Álvaro Amaro, “nem José Luís Arnaut escapou” – lembrou que “o partido tem quadros, tem figuras e não se pode dar ao luxo de desperdiçar nomes” como os de Nuno Morais Sarmento, Teresa Leal Coelho, Maria Luís Albuquerque, Luís Montenegro, Teresa Morais, Paula Teixeira da Cruz, Matos Correia. Até desafiou duas vozes críticas da liderança de Passos Coelho, que têm sido apontados como potenciais sucessores do atual presidente do partido: José Eduardo Martins a candidatar-se Lisboa e Pedro Duarte ao Porto.
Porque “quem quer ser barão, vai a votos. Aliás, no PSD só é barão quem vai a votos, por muito que apareça na TV” ou, em linguagem militar, disse o ex-ministro da Defesa, “Não se passa de praça a general sem mostrar o seu valor e os autarcas são os nossos generais.”
Antes de José Pedro Aguiar Branco, já Álvaro Amaro, presidente da Câmara da Guarda, e Bacelar Gouveia, haviam abordado as autárquicas.
O constitucionalista partilhou o desejo de que a candidatura de Assunção Cristas à Câmara de Lisboa, como cabeça de lista PSD-CDS não passe de um rumor. “Como lisboeta e como social democrata, não gostaria de votar numa lista em que a cabeça de lista fosse a líder do CDS”. “Que partido seria este, se não tivéssemos” candidato à capital, partilhou.
Já Álvaro Amaro, falando na qualidade de presidente dos autarcas sociais-democratas, disse: “Lixámo-nos em 2013”. “2013 foi o pior resultado de sempre”, lembrando as 106 câmaras ganhas pelo PSD e as 150 alcançadas pelo PS. Repetindo as palavras de Passos Coelho no primeiro dia do Congresso, Amaro deixou claro o seu objetivo: “queremos ganhar a Associação Nacional de Municípios e queremos ganhar a ANAFRE também.”
Está definida a fasquia para as eleições de 2017.