Oito dos das dez moçoes estratégicas apresentadas ao 26* congresso do CDS acabaram por ser retiradas, a favor daquela apresentada que foi por Assunçao Cristas. A moção “Ambição e Responsabilidade”, cuja única subscritora é a única candidata à liderança do partido foi votada na madrugada de sabado para domingo e obteve 877 votos, contra os 11 alcançados por Miguel Matos Chaves (“Uma estratégia para Portugal!) mas nem por isso sem pode falar de unanimismo, dentro do partido.
Filipe Lobo d’Avila, deputado e até hoje porta-voz do partido, pode ter retirado a sua moção “Juntos pelo Futuro – Compromisso com as pessoas”, mas não deixou de ir a jogo, apresentando uma lista para o Conselho Nacional do partido.
Apresentam-se, assim, aos congressistas do CDS, duas listas para os órgãos mais importantes entre congressos. A de Assunçao, liderada por António Lobo Xavier (seguido da ex-ministra da Justiça Celeste Cardona, o vogal da Comissão Política de Paulo Portas, Joao Munoz, e a deputada Vania Dias da Silva), e a de Filipe Lobo d’Avila (com Altino Bessa (presidente da distrital de Braga, João Casanova de Almeida, ex-secretário de Estado da Educaçao ou Raul Almeida, ex-líder da distrital de Aveiro).
As pressões foram muitas, de parte a parte. Assunção quis chegar sozinha, à boca das urnas. Conseguiu, ao obter a retirada de oito das 10 moções estratégicas apresentadas. Mas nem todos quiseram deixar de disputar lugares. As negociações de parte a parte decorreram durante o fim da tarde e noite de sãbado. Lobo d’Avila, a tentar fazer crescer a sua lista, convidando todos e quaisquer congressistas que, no pavilhão multiusos do Gondomar, esboçassem críticas à sucessora de Portas. A sua lista tem 116 nomes, quando apenas 70 são eleitos em congresso. Os restantes, suplentes, surgem como prova de que há outras vozes e outras ideias, dentro do partido de Paulo Portas.
Assunção Cristas tinha a preocupação de trazer novos nomes para a Comissão Política Nacional. Para os 70 lugares do Conselho, fez entrar Mariana França Gouveia (professora de direito na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, advogada e especialista em arbitragem), Raquel Vaz Pinto (professora de Ciência Política Da Faculdade Ciências Sociais e Humanas, também da Nova), Marta Arruda Teixeira (Gestora da Caixa Geral de Depósitos), Filipe Santiago (Economista e administrador de um grupo hoteleiro), João Basto (agrónomo e gestor, a trabalhar na internacionalização do setor agroalimentar), Duarte Goes (advogado) e Samuel Almeida (fiscalista).