É filha do meio de cinco irmãos – três raparigas e um rapaz. Nasceu em Luanda, em setembro de 1974, portanto, “em democracia”. Aos nove meses a família foi obrigada a voltar para Portugal. Mãe de quatro filhos, é feliz em família mas acredita que “há outros caminhos para a felicidade. Não é apenas tolerância, é amor para com outros caminhos de felicidades”. Ficou o statement e a explicação que se impunha, no CDS: é esta a razão que a faz defender o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que já tinha merecido críticas, em intervenções anteriores.
Professora universitária e advogada, “hoje também sou política” o que deve ser “um motivo de orgulho”, porque esta “não é uma atividade menor, de má fama.”
Mas “mais estrutural” na sua vida é “ser católica”, o que significa “desacomodação permanente e desassossego insistente.” Como qualquer católica, explica, “não podemos estar quietos, ficar satisfeitos.” Neste espírito, conclui, tem “o inconformismo como estratégia e a ambição como meta.”
Vê no País falta de otimismo, de vontade de vencer, de sonho largo. Mas vê que foi o CDS a dar espaço às mulheres – “Maria José Nogueira Pinto foi a primeira líder de uma bancada parlamentar em Portugal”. As mulheres têm “outra forma de estar”. É “menos bélica, menos agressiva, menos sentido que negociar é perder”. E, acredita, “a construção faz-se neste espaço harmonioso”.
E, voltando a Angola, às suas raízes, partilha um provérbio da sua terra: “Quem quer ir depressa, vai sozinho. Quem quer ir longe, vai acompanhado.” Ela, cuja moção mostra a sua visão do que quer, para 20 anos, não parece querer ir depressa. E, claramente, quer levar o maior número com ela. Pôs o congresso de pé a gritar, pela primeira vez, pelo seu primeiro nome.
As moções e os novos órgãos do partido serão votadas domingo de manhã.