O calendário de debates televisivos entre candidatos presidenciais estará a causar polémica. Os candidatos Tino de Rans, Jorge Sequeira e Cândido Ferreira não gostaram de se verem excluídos dos 21 debates previstos entre os outros sete candidatos (Marcelo Rebelo de Sousa, Maria de Belém, Sampaio da Nóvoa, Marisa Matias, Edgar Silva, Paulo Morais e Henrique Neto). A VISÃO apurou que, pelo menos numa das candidaturas, houve quem quisesse levar o caso à Comissão Nacional de Eleições. A alternativa é a de refazer todo o calendário, promovendo não os 21 debates previstos, mas 45 confrontos. Uma loucura que obrigaria os candidatos a não sairem das televisões.
Outra hipótese é a de promover entrevistas individuais aos três candidatos excluídos e incluí-los, depois, num debate final entre todos. O que dificilmente será aceite pelos três.
Os debates decorrerão, em princípio, entre 1 e 9 de janeiro. O facto de surgirem antes do arranque oficial da campanha (10 de janeiro) – método que repete o utilizado nas últimas legislativas, e que permitiu às televisõesevitarem ter de promover debates entre as duas dezenas de líderes de partidos ou coligações… – autoriza, no entanto, a manter o modelo, sem correr o risco de ilegalidade.
Apenas a RTP transmitirá os sete debates que lhe competem em canal aberto. SIC e TVI remetem para os seus canais noticiosos os debates que lhes cabem, com uma única exceção em cada estação: a SIC generalista transmitirá o confronto entre Marcelo Rebelo de Sousa e António Sampaio da Nóvoa. Já a TVI fará o mesmo no caso do embate entre Marcelo e Maria de Belém. Por este facto, Marcelo acaba por ser o candidato com maior exposição em canal aberto.
Cinco candidatos socialistas
No dia 1 de janeiro, data prevista para o arranque dos debates, será transmitida a última mensagem de Ano Novo de Cavaco Silva enquanto Presidente da República. As presidenciais decorrem a 24 de janeiro e três dos candidatos contam com apoios partidários: Edgar Silva é indicado pelo PCP, Marisa Matias candidata-se com suporte do Bloco de Esquerda (BE) e Sampaio da Nóvoa conta com o apoio do Livre. Marcelo Rebelo de Sousa é apenas «recomendado» por PSD e CDS. Já o PS deu liberdade de voto aos seus militantes, tendo decidido disponibilizar, em igual número, os espaços públicos que lhe costuma utilizar para cartazes de propaganda política a Maria de Belém e Sampaio da Nóvoa. Mas, curiosamente, há mais três candidatos do PS ou próximos daquele partido: Henrique Neto, Tino de Rans e Cândido Ferreira.
Só a seis de janeiro é que o edital das candidaturas admitidas será fixado – e nessa altura ficaremos a saber se todas elas respeitavam os trâmites legais para serem aceites. A decisão final sobre a admissão de concorrentes a Presidente da República será, assim, conhecida no… Dia de Reis.