Dois elementos da família Espírito Santo traçam um retrato demolidor de Ricardo Salgado em dois interrogatórios a que a VISÃO teve acesso em exclusivo e que revela na edição desta quinta-feira.
Perante a FINMA, entidade supervisora dos mercados financeiros da Suíça, António Ricciardi e José Manuel Espírito Santo, respetivamente tio e primo do ex-líder do BES, acusam Salagado de centralizar o poder, querer perpetuar o ramo não financeiro do GES apesar dos maus resultados e de exercer pressões sobre o presidente executivo do Banque Privée para que fosse vendida dívida do Grupo Espírito Santo aos balcões daquele banco suíço.
“Havia uma pressão do Dr. Salgado sobre o Dr. Calderia [CEO do Banque Privée]. A dado momento, percebi que o Dr. Caldeira estava em ‘perigo?. Para alguns (nomeadamente o Dr. Salgado e a sua filha), ele já não era útil”, revelou o antigo chairman do Banque Privée. Riccardi acrescentou uma dose de mistério pelo meio de outras acusações: os 21 milhões do aumento de capital que não se realizou estarão em parte incerta.
Os interrogatórios confidenciais eram até à data desconhecidos em Portugal. Não só traçam um retrato arrasador de Salgado, como deixam pistas sobre os caminhos que estão a ser segudis pela investigação suíça à falência do Banque Privée.
O regulador suíço adianta nesses interrogatórios que funcionários do banco detetaram incoerências nas contas da ESI (a holding falida do GES) entre 2006 e 2008, fizeram perguntas mas as respostas vieram sempre incompletas. Depois de inúmeras vezes terem ouvido que “o Dr. Salgado fazia tudo sozinho”, os mandatários do supervisor suíço acabaram por perguntar: “Isto era tudo ‘one man show’ do Dr. Salgado?”
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SAIBA MAIS SOBRE ESTA INVESTIGAÇÃO NA VISÃO DESTA SEMANA, QUINTA-FEIRA NAS BANCAS
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