“Não enfrentaremos o futuro pensando que todos os cortes que tivemos de fazer permanecerão. Muitos deles são transitórios, na medida em que dependerão agora da forma como a nossa economia vier a recuperar. Mas não temos condições nesta altura para fixar uma data precisa no nosso calendário para repor seja pensões, seja salários”, afirmou Pedro Passos Coelho.
O presidente do PSD, reeleito no sábado para um terceiro mandato em eleições diretas sem adversário, respondia a perguntas dos jornalistas na sede dos sociais-democratas, após o anúncio do resultado do escrutínio interno.
Questionado pelos jornalistas, Passos Coelho frisou: “O que nós sabemos é que não regressaremos àquilo que eram os níveis de riqueza ilusória que tivemos antes da crise em 2011”.
O líder social-democrata e primeiro-ministro do Governo PSD/CDS-PP defendeu que “qualquer político que queira fazer campanha eleitoral prometendo regressar a níveis de rendimento anteriores não estará a fazer mais do que demagogia fácil”.
“A nossa recuperação de rendimento dependerá da riqueza que conseguiremos criar”, afirmou, manifestando expectativa numa “recuperação gradual”, seja na área pública, seja na área privada.
Passos Coelho, advertiu ainda que o país não terá “um milagre económico” quando sair do programa de ajustamento financeiro e disse que lutará para garantir a governabilidade e estabilidade.
“Sabemos que não teremos um milagre económico em maio deste ano. Que quando fecharmos o período de assistência económica e financeira ainda teremos desafios muito importantes para enfrentar, seja ao nível do desemprego, seja ao nível da coesão social, coesão territorial e recuperação económica”, afirmou, dizendo que o objetivo é “fechar um tempo de crise e iniciar um tempo de recuperação”.