“O contributo que todos temos dado para ultrapassar a situação dura que temos vivido nestes anos tem produzido resultados, que nos devem hoje motivar para acreditar que temos ao nosso alcance fechar este período extraordinário que vivemos e abrir um outro”, declarou.
Mas, continuou, “todos aqueles que gostam de passar dos oito para os oitenta, da grande escassez que temos vivido para a abundância, ficarão muito dececionados por saber que ninguém está a pensar o futuro politico dessa maneira”.
“O futuro que temos à nossa frente não é um futuro de facilidades, mas é um futuro com mais respeito, mais equilíbrio, mais autonomia e isso faz muita diferença para toda a gente”, alertou.
O primeiro-ministro discursava durante a inauguração de um centro de apoio a deficientes no concelho alentejano de Borba (Évora), um novo equipamento que fez questão de elogiar, mas sem passar ao lado, na sua intervenção, da situação de “enormíssima dificuldade” que o país atravessa.
A propósito do futuro, Passos Coelho destacou que a economia nacional “está finalmente a dar uma resposta de crescimento” e que, apesar de desse ser “um processo lento”, trata-se de “um processo de recuperação e isso é extraordinariamente importante para quem passou por tantas privações, ao longo deste tempo”.
“Nós precisamos de ter os pés bem assentes na terra. Sem isso, aqueles que mais precisam nunca teriam a resposta adequada”, afirmou, acrescentando: “ter os pés bem assentes na terragnifica saber que podemos iniciar a nossa recuperação pelo nosso pé, lentamente, mas no respeito que a sociedade merece e oferecendo às pessoas uma resposta conjunta cada vez mais relevante”.
Pedro Passos Coelho sublinhou que, ao longo dos tempos, não houve qualquer “processo de transformação e de ajustamento” social ou económico no mundo que não tenha envolvido “custos extremamente elevados do ponto de vista social, económico e também político, porque o desgaste para todos é tremendo”.
“Mas nós não temos uma varinha de condão para passar à frente na ‘fita’ do tempo e evitar que esses processos nos afetem diariamente. Eles afetam-nos, evidentemente”, mesmo que não seja “da mesma maneira”, reconheceu.
O país, “que se sacrificou”, exige de todos “sentido de responsabilidade”, para “não deitarmos fora o que conquistámos” e “regarmos todos os dias, com muito cuidado, cada nova realização”, incentivou.