“Arquiteto da austeridade demite-se” é o título publicado pelo jornal britânico de economia Financial Times, que refere que a decisão do “líder da estratégia por detrás do programa de resgate do país” foi vista “com surpresa”.
Também o norte-americano The Wall Street Journal (WSJ) dá destaque à decisão do ministro das Finanças português, sublinhando que o programa de austeridade de três anos “está a meio”.
Para o jornal, a demissão do ministro surge “na sequência da crescente contestação aos cortes no orçamento por uma população cansada da recessão”.
Em Espanha, o “El Pais” diz que Vítor Gaspar era “o rosto da troika em Portugal” e que a sua saída do Governo suscita “novas interrogações em Portugal”, aumentando a “pressão sobre a coligação” PSD/CDS.
No “El Mundo”, o ministro das Finanças é classificado como “o dirigente mais poderoso do Governo”, sendo referido que Vítor Gaspar estava a preparar novos cortes na despesa.
O “L’Express” francês também designa Gaspar como “número dois” e diz que foi o “principal responsável da estratégia económica” e “um símbolo de rigor”.
A BBC inglesa, por seu lado, destaca que Vítor Gaspar “era muito considerado pelos credores internacionais” por “manter rédea curta nas finanças portuguesas”, enquanto a edição inglesa do jornal “Deutsche Welle” refere que o ministro “era amplamente criticado em Portugal” pela “dureza da política de austeridade”.
Também na Alemanha, a revista “Der Spiegel” diz que a decisão do ministro mostra que “Portugal pode ser a próxima Grécia”
A alcunha de “arquiteto da austeridade” é comum em órgãos de comunicação social de vários países, como é o caso do jornal inglês “Telegraph”, do irlandês “Irish Times”, do sul-africano The Post, do chinês “South China Morning Post” ou do canal de televisão árabe Al Jazeera.
O facto da saída de líder da pasta das Finanças acontecer no meio do processo de resgate financeiro de Portugal é a principal preocupação de títulos como o “Times of India” ou o Nigeria News.